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    BlackBerry encerra último trimestre com lucro líquido de US$ 98 milhões

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    A BlackBerry (antiga Research In Motion) pode começar a respirar aliviada. De acordo com os resultados financeiros referentes ao último trimestre do ano fiscal de 2013 encerrado no dia 2 de março, a companhia canadense conseguiu registrar lucro, apesar de receitas menores. Os números mostram que, pelo menos por enquanto, a estratégia de corte de custos e otimização de modelos de negócios tem dado certo.

    O fato é que o mercado ficou satisfeito. Até o final da manhã desta quinta-feira, 28, as ações da empresa estavam com alta de 2,18% na bolsa eletrônica Nasdaq, com o valor de US$ 14,885 cada papel. O CEO e presidente da BB, Thorsten Heins, atribuiu a melhora às medidas tomadas durante o ano, que chegaram a reduzir os custos em US$ 1 bilhão com um trimestre de antecedência. “O time executivo agiu rapidamente, reduziu camadas de gerenciamento e a complexidade dos negócios. Demos oportunidades para que funcionários com alto potencial conseguissem mostrar liderança”, disse ele durante teleconferência para investidores.

    O resultado líquido da empresa conseguiu sair do vermelho de vez no trimestre, somando US$ 98 milhões de lucro, contra um prejuízo líquido de US$ 125 milhões no mesmo período de 2012. Ainda assim, o ano fiscal da empresa continuou negativo: prejuízo de US$ 646 milhões, contra um lucro líquido de US$ 1,164 bilhão no ano anterior.

    Em receitas, a BlackBerry acumulou US$ 2,678 bilhões no quarto trimestre do ano fiscal de 2013, queda de 36% em relação ao mesmo período de 2012. A margem ficou em 40,1%. Contabilizando os 12 meses, a receita foi de US$ 11,073 bilhões, 40% menor que no ano fiscal de 2012. Segundo a companhia canadense, as receitas se dividem em 61% para o hardware, 36% para serviço e 3% para software e outras fontes.

    A região que mais trouxe receita para a BlackBerry foi o bloco da Europa, Oriente Médio e África, com US$ 1,227 bilhão no trimestre, representando 45,8% de participação. O mercado doméstico (América do Norte) representou 21,9%, finalizando o período com US$ 587 milhões. A América Latina foi o terceiro maior mercado, com 17,9% e US$ 479 milhões em receita, mas mostra uma tendência de diminuição da participação da região, que no primeiro trimestre do ano fiscal representava 20,7% do total da receita.

    Acessos

    O ponto realmente negativo do balanço foi a perda de cerca de 3 milhões de usuários. A BlackBerry conta agora com 76 milhões de acessos. Heins assegura que isso é resultado da mudança para “um novo modelo de negócios”, e que não reflete necessariamente a migração para o BB 10. “Tem sido mais por conta do sistema BB 7, mas estamos gerenciando esse declínio”, afirmou, considerando que possa haver queda maior no próximo trimestre.

    A companhia de análise de mercado Ovum afirmou que a perda de usuários é “um sinal preocupante”, partindo do pressuposto de que o maior bem da BlackBerry é justamente sua base de assinantes, que seriam os prováveis alvos de dispositivos BB 10. Também aponta como sinal o fato de os mercados em desenvolvimento já não terem demanda suficiente para compensar o declínio em mercados maduros. “É improvável que a companhia consiga reverter essa tendência em longo prazo”, diz o comunicado, reiterando que a perda de usuários significa redução de receita de serviços e consequente pressão nas margens.

    BB 10

    A BlackBerry anunciou que abasteceu o mercado com 6 milhões de smartphones, incluindo todos os modelos. Também foram enviados ao varejo cerca de 379 mil unidades do tablet PlayBook. Mas ainda é cedo para afirmar que o lançamento do sistema operacional BlackBerry 10 e seus novos aparelhos foi um sucesso. Foram enviados aproximadamente 1 milhão de unidades do Z10, que já conta com o novo OS. Segundo o Thorsten Heins, “por volta de dois terços ou três quartos” dos aparelhos foram realmente vendidos, embora não revele o quanto disso foi para o consumidor final e para o corporativo. “A demanda foi maior do que o esperado, por isso teremos que aumentar a produção”, diz.

    A Ovum declarou em comunicado que, levando em consideração o lançamento tardio nos Estados Unidos e a decisão de oferecer o modelo Q10 depois do Z10, “foi um bom começo para a plataforma”. Ainda assim, a empresa reconhece que será somente no próximo trimestre que teremos uma visão melhor sobre o desempenho do sistema operacional.

    De qualquer forma, o presidente da BlackBerry ressaltou por diversas vezes que o lançamento do sistema está sendo feito em etapas. “Estamos no meio desse lançamento global e estamos aprendendo”, afirma. Para ele, a situação é “dinâmica”, e o desenrolar tem sido positivo para o Z10, enquanto há boas perspectivas para o futuro lançamento do Q10, que possui teclado QWERTY e é endereçado à base já instalada de clientes fiéis à marca. “As receitas de usuários de BB 10 é similar a de outros usuários de smartphones de ponta no mercado”, comemora. Os dispositivos estão sendo vendidos por 32 operadoras no mundo atualmente, mas ainda não tem data de lançamento no Brasil.

    O ecossistema de aplicativos para o BlackBerry 10 já conta com 100 mil aplicativos. Heins garante que 70% desses são “nativos do BB 10”, contrariando afirmações de que a maioria dos programas estava sendo convertida de versões para Android. A meta é que isso aumente também com o lançamento de outros modelos com o sistema. “O BB 10 de configuração média deverá chegar na metade do ano aos mercados e estamos ansiosos por isso. O que eu quero dizer é que todo mundo está olhando para o Z10, mas estamos construindo muito mais que isso”, conclui.

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