O período delicado que vivemos já está marcado pelo forte movimento digital e pela definição de bases para o "novo normal" nas relações de trabalho. A adaptação às pressas do home office e o salto digital que o isolamento social impôs aos negócios deu luz ao que já era uma tendência antes: a migração para a nuvem. Dados da IBM e Barclays apontam que o modelo em nuvem cresceu 35% no último ano no Brasil, e acredito que o atual momento deve alavancar esse número.
Se antes mesmo da pandemia esse caminho para a nuvem já estava acontecendo, está claro também que ele vem de baixo para cima. Segundo dados do relatório Global Cloud Computing Scorecard, o Brasil é o maior investidor em serviços de nuvem da AL, mas com baixo índice de aproveitamento dos benefícios relacionados à escalabilidade. Sem dúvida, em um curto espaço de tempo o sucesso das pequenas e médias empresas será a vitrine a alavancar o mesmo processo para as demais.
Isso porque, de acordo com o relatório ISG Provider Lens™ 2019 Public Cloud, a grande migração para serviços em nuvem (SaaS, PaaS, IaaS) é mais proeminente em empresas de pequeno e médio porte, visto que elas têm mais agilidade no que diz respeito a contratos. Usualmente as empresas que lidam com grandes contas e grandes contratos de software têm uma ação mais conservadora em relação a migrações de plataformas.
A pandemia que estamos enfrentando colocou no radar de todas as empresas a necessidade do trabalho remoto. Todos tiveram que se adequar a uma nova realidade. E esse momento coloca em evidência as limitações de soluções de instalação local. Certamente essas fragilidades serão motivo de uma migração para modelos onde a disponibilidade é fator crucial, o que é uma das principais características do modelo de computação em nuvem.
Comunicação em nuvem
A maior vantagem dos sistemas em nuvem é a dupla disponibilidade e elasticidade. Cada vez mais a infraestrutura empresarial migra para a nuvem, e administrar uma solução de comunicação com a tecnologia em nuvem deixa para trás o fator hardware e sua obsolescência, e também as questões de disponibilidade do serviço. Hoje em dia é possível habilitar uma solução de comunicação com redundância geográfica em apenas alguns cliques.
Ou seja, uma solução em nuvem pode ser disponibilizada em questão de horas e ajustada de acordo com as necessidades e o tamanho do cliente. Lembrando que existe a desvantagem da dependência que o cliente tem da disponibilidade do seu link de internet, sem o qual não há acesso a soluções cloud. Esta desvantagem, no entanto, pode ser atacada com a utilização de redundância de link de acesso, se utilizando de duas fornecedoras de internet ao mesmo tempo. Fica a dica!
Ameaça ao hardware?
O crescimento dos softwares em nuvem pode caracterizar uma ameaça aos modelos de hardware e outros softwares empresariais e, na minha opinião, realmente são porque as soluções em nuvem vieram para ficar. Foi-se o tempo em que, para se agregar novas funcionalidades à sua solução de comunicação, era necessário um grande investimento e a adição de mais módulos de hardware. Com as soluções em nuvem tudo é software, e está apenas a um clique da ativação.
Gabriel Ortiz, Solutions Architect da Nexcore.