Forum apresenta adoção de blockchain em diferentes segmentos de mercado

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Encerrando nesta quinta-feira, 28, a 4a. edição do Fórum Blockchain, promovido pela TI INSIDE, o painel "Adoção de Blockchain nos Diferentes Segmentos de Mercado" trouxe os desafios e casos relevantes de uso de blockchain em diferentes setores empresariais, como logística ferroviária, rastreabilidade de alimentos e energia elétrica.

O primeiro case foi trazido por Lúcio Vicente, head de Sustentabilidade do Carrefour,  grupo do segmento de varejo e alimentos que está no Brasil há 45 anos, atuando em todos os estados brasileiros, a segunda maior operação do grupo fora da França, seu país de origem.

Desde 2018, o Grupo está trabalhando o desafio da transição alimentar, por meio de uma plataforma, cujo conceito preconiza a produção de alimentos saudáveis e sustentáveis e possibilitar que o cliente tenha condições de adquirir um produto de qualidade, e estruturada em quatro pilares essenciais: produtos de qualidade ( alimentos saborosos, alimentos saudáveis e bons para o Planeta); preços acessíveis; omnicanalidade e serviços (permitir que o cliente compre onde e quando quiser); educação e confiança (conquistar a confiança do cliente e garantir a qualidade compartilhando dicas para o dia a dia).

"A ambição do Carrefour é democratizar a alimentação saudável e sustentável, promover mais alimentos saudáveis, tornar isso acessível a todo tipo de cliente de todas as classes econômicas e para isso a rastreabilidade é um avanço na cadeia produtiva de alimentos", explicou Vicente.

Para tanto, o uso da tecnologia Blockchain no Grupo Carrefour Global tem sido empregada em 6 países, em 33 cadeias de produtos e dentro dessas a mais rastreada é a de frangos, na França, sendo o QR-Code de ovos o mais acessado pelos clientes. Além disso, a tecnologia permite ao grupo entender e desenvolver soluções para encarar o desafio de aprimorar a experiência do consumidor, com o aumento de cliques e tempo de uso dos vários canais, o que levou o Grupo a figurar na revista Forbes, na lista da "Blockchain 50" de 2021, como empresa pioneira no uso da tecnologia.

"O Blockchain é uma evolução para o rastreamento dos alimentos. Desde o plantio ou da criação até a distribuição nas lojas, no ponto de venda, na comunicação do produto. Neste sentido, a rastreabilidade não só na cadeia de Alimentos, mas também do ponto de vista do consumidor, para que ele possa ter acesso a toda a história do produto, do momento em que ele foi extraído ou produzido ao processo de distribuição e até o momento que ele está na gôndola na ou na prateleira, a tecnologia permite a interação com o produto. A democratização das informações ocorre e faz com que o simples ato de comprar um produto no supermercado torne-se um ato de engajamento do cliente com o produto", reforça.

Vanessa Grunwald, especialista em inovação tecnológica na CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, relembrou que a primeira aplicação de Blockchain na transação de energia, no mundo, ocorreu em 2016 em Nova Iorque. "Hoje existem mais de 150 organizações envolvidas na tecnologia e mais de 40 projetos implantados. Só entre o segundo trimestre de 2017 e o primeiro de 2018, mais de US$ 300 milhões foram investidos em tecnologia blockchain para a indústria de energia", informou.

A especialista contou que entre os modelos de comercialização de energia está o peer-to-peer, no qual as trocas de excedentes entre produtores e consumidores ocorrem sem intermediários. Neste tipo de ação há uma regulação por meio de net.metering versus tarifa Feed In , (no primeiro caso como ocorre no Brasil com créditos de KWh e na tarifa Feed In, como ocorre na Alemanha e Austrália por pagamento por KWh) e neste modelo ainda, há a liberalização dos mercado regulados contra os mercados total livres e prevê uma aplicação a longo prazo", disse.

O outro modelo de comercialização são os realizados com Certificados de Origem da energia. "Neste modelo todas as fontes de energia se misturam na rede elétrica, não há separação física das fontes e possibilitam a liberalização dos mercados de energia por meio do poder de escolha do consumidor".

Vanessa alertou que no modelo de certificados de Origem de Energia é possível rastrear a eletricidade colocada na Rede e também manter um livro registro do que foi colocado, podendo os vendedores e compradores reivindicar essa eletricidade, bem como sua utilização por curto prazo de tempo.

Em terceiro lugar, o modelo chamado de Mercado de Flexibilidade, que é um modelo linear e distribuído, permite a coordenação do fluxo bidirecional de energia, programas de respostas à demanda, com novos atributos energéticos e valorização do armazenamento.

E por fim, o modelo de mobilidade Elétrica para veículos elétricos que podem ser abastecidos e quando suas baterias estejam ociosas podem prover serviços ancilares para a rede, como regulação de frequência e resposta a demanda. Neste modo pode haver a conciliação para abastecimento, um tipo de roaming entre distribuidores nos diferentes lugares onde o carro pode circular. Atualmente a regulação brasileira proíbe sua utilização.

O último case, foi apresentado por Rafael Pinto, gerente de pesquisa, desenvolvimento e inovação na Rumo, empresa do ramo ferroviário de transporte que atua no Brasil em 8 Estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Tocantins e Goiás.

" É importante lembrar que a ferrovia hoje já é uma modelo de negócio digital, onde temos a locomotiva comunicando em tempo real, mandando informações e dados ao centro controle. Essa digitalização por sensores permite a comunicação trocando informações sobre alertas específicos. Aí temos um conceito muito importante chamado de Insight, no qual equipamentos que ficam ao longo da ferrovia, medem vibração, temperatura entre outros dados e tudo o que está acontecendo. Todo o processo possui muita automação e monitoramento", explicou Rafael.

Conforme explicou, todas estas iniciativas são focadas em segurança para todos. " Esses dados e todos os sistemas da Rumo estão em Cloud. Com isso temos capacidade de análise e também por meio de algoritmos Inteligência Artificial para predição de dados e apoio a tomada de decisão, diligente, que  envolve a operação e cada vez mais uma grande preocupação com o cliente", disse

Rafael salientou que o uso do Blockchain na ferrovia atravessa todos os modais desde a fazenda, onde se colhe os grãos, passando pelo transporte rodoviário transbordo em terminais de distribuição, transporte ferroviário até os terminais de carga marítimos que escoarão , por fim, os bens transportados.

"No nosso caso, o blockchain tem uma importância relevante, visto que a maioria dos nossos artigos de transporte são produtos, muitas vezes perecíeis, e a rastreabilidade do produto é um grande desafio visto que nem todos os terminais estão usando tecnologias digitais e ou sistemas que permitem uma troca de informações. Mas com o aumento da conscientização do mercado e da importância dos sistemas de rastreamento até a entrega final dos produtos, o que denota uma maior eficiência nos processos, estão sendo cada vez mais divulgados, assim como os benefícios das tecnologias, como uma forma de demonstrar sua aplicabilidade nos negócios", concluiu.

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