Ataques a sites do governo continuam, mas Serpro garante ter controle da situação

0

Os ataques a sites do governo ainda persistem de forma anormal. A informação foi dada pelo presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Marcos Mazoni, em coletiva de imprensa nesta terça-feira, 28. Ele adianta, porém, que a equipe de combate a ataques da empresa continua monitorando. Segundo Mazoni, os ataques a sites da administração pública ocorrem constantemente, mas nos últimos dias houve uma onda acima do normal desse tipo de ação. "No momento, as tentativas de ataque estão ocorrendo de forma anormal, mas continuamos administrando. Nos últimos dias, os ataques aos sites administrados pelo Serpro ora se intensificam, ora diminuem, mas o sucesso dos hackers tem sido zero", afirmou.
O executivo explicou que o pico dos ataques ocorreu na madrugada da última quarta-feira, 22, quando o site da Presidência da República foi atingido. "Mas não houve nenhuma invasão, nem acesso a nossa base de dados. O que ocorreu foi um ataque de negação de serviço [também conhecido como DoS, um acrônimo em inglês para Denial of Service], em que o volume excessivo de tráfego acabou congestionando o site, tornando a página indisponível", explicou Mazoni.
Na madrugada de quarta-feira, 22, quando começaram os ataques, houve 2 bilhões de acessos ao site quando o normal é haver 10% dessa demanda, conta ele. "De lá para cá [até esta terça-feira, 28], o volume de acessos continuou anormal, chegando em alguns momentos a ficar superior a dos últimos dias de declaração do Imposto de Renda", disse.
Mazoni ressaltou, porém, que os dados que foram divulgados pelos hackers podem ser consultados em sites públicos do governo ou na própria página do Serpro. "São dados abertos. Não há nenhum registro de que as bases de dados administradas pelo Serpro tenham sido violadas." O executivo disse que não há como especular de onde partiram os ataques, embora já se saiba que foram originados de servidores de provedores da Itália. "Isso não significa, necessariamente, que os hackers sejam daquele país", frisou, acrescentando que os logs de acesso já foram repassados à Polícia Federal e à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que estão trabalhando para identificá-los.
Segundo ele, os prejuízos causados pelos ataques podem ser quantificados pelo aumento de custos com o pagamento de horas extras aos funcionários da equipe de combate a ataques do Serpro. "Mas outros prejuízos serão difíceis de mensurar, como a manutenção do estado de alerta permanente", disse Mazoni.
O presidente do Serpro disse que para evitar novos ataques, a empresa vai promover a mudança do protocolo de internet. "Atualmente é usado o IP versão 4, que será substituído pelo IP versão 6, que permitirá reconhecer com mais certeza a procedência dos acessos aos sites administrados pela empresa", explicou Mazoni, adiantando que o primeiro a ser contemplado com a modificação será o site da Presidência da República ou o da Receita Federal. Neste ano, segundo ele, estão previstos novos investimentos em sistemas de segurança, da ordem de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões, além do que já está incluído no orçamento anual de R$ 130 milhões do Serpro.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.