Uso do IA na saúde é o começo de uma revolução

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Um dos segmentos mais impactados pela IA – Inteligência Artificial é o de Saúde, que está mudando radicalmente o atendimento aos pacientes, análise de exames e gestão hospitalar. IA facilita a triagem de pacientes e categorização de riscos, avaliando padrões em milissegundos através de algoritmos específicos. A IA possibilita a adoção de Medicina personalizada e melhora o cuidado da saúde do paciente. É o começo de uma revolução para aprimorar diagnósticos, tratamentos, aperfeiçoar o desenvolvimento de drogas e pesquisas, auxiliar governos a prevenir doenças, controlar epidemias e planejar investimento em saúde pública.

Para Pedro Iorio, advogado da Artese Advogados, que participou do painel IA e Saúde, na 1a edição do IA Forum, promovido pela TI Inside, os casos de uso da IA no setor de saúde se destacam áreas muito relevantes como na pesquisa e desenvolvimento de novas drogas, bem como na gestão da saúde e atendimento aos pacientes  de forma muito prática e bastante eficiente.

"No primeiro caso, ao utilizar algoritmos para respostas que diminuem o tempo de resposta ou acurácia dos processos, faz com que o resultado da aplicação prática no desenvolvimento  de novos medicamentos seja vantajosa com a entrega de drogas mais efetivas para cura ou prevenção. Na gestão da saúde, a tecnologia  de doenças auxilia os profissionais de saúde a medida que permite ser utilizada como ferramenta de apoio para diagnóstico ou no atendimento ao paciente , organizando agendas, filas etc.", exemplificou o especialista.

Do lado Legal, Iorio destacou pontos de atenção como ao viés ou discriminação ao modelar os algoritmos que podem afetar ou alterar  resultados ou mesmo colocar o indivíduo em risco.

"Neste aspecto é importante a neutralidade da regulação que se observe as regras a fim de se obter  resultados positivos e não discriminatórios.  Se a IA for usada para tomada de decisão, essa decisão de ser neutra. Esta é uma questão prática para sua finalidade de uso para eliminar a discriminação, ou  seja  que  os dados sejam precisos a fim de não interferir nas  decisões", reforçou.

Como salientou a explicabilidade, transparência e viés – são itens que se exigem na regulação que no setor da saúde influenciam diretamente no direito e interesses das pessoas.

Caroline Rocabado, advogada Sênior da Dasa lembrou que o uso e os níveis de maturidade da tecnologia no país implicam na estratégia mais adequada para a formação das bases da regulação visto o tamanho do nosso território.

Eu acredito que não exista uma regulação geral que dê conta de todas as especificidades. A regulação setorial é importante e aliada quando temos uma lei geral. A IA hoje não é uma tendência e é realidade, de responsabilidade para quem trabalha com o tema", observou a advogada.

Caroline  ainda ponderou que a IA é uma tech dual, que ao mesmo tempo  traz benefícios e riscos, por isso é importante que os riscos sejam mitigados, legais, seguros, confiáveis e respeitem os direitos do indivíduo. "A IA na verdade é um tecnologia cuja matriz está na governança  sócio- técnica.  Tanto na pesquisa quanto no atendimento ao paciente os algoritmos devidamente modelados podem trazer muitos benefícios, mas sempre em qualquer hipótese a curadoria humana é fundamental. O desfecho clínico e as variáveis de cada paciente estão nos modelos utilizados daí a importância da tomada de decisão ocorrer sempre pelo profissional de saúde ", ressaltou.

Ela ainda observou que o Guia de Ética em Saúde da OMS possui um conjunto de princípios que podem nortear a IA na sua aplicação bem como o campo da bioética, que envolve a saúde e o direto, além disso, aqui no Brasil há outras balizas como o  marco legal de softwares médicos da Anvisa que podem ser ótimos  indicadores para a futura regulação.

"Entender os  desafios encontrados  pelas instituições públicas e privadas de saúde, além de  amadurecer  processos, protocolos dentro da governança de IA, nos levam a olhar mais  de perto a legislação para que o profissional de saúde possa ter mais segurança jurídica dentro da instituição que trabalha.", reforçou.

Conforme explicou Tiago Machado, co-fundador e CEO da Rocketmat, o desafio latente de recrutamento de pessoas acontece em qualquer segmento. Assim, o uso de IA para realizar o recrutamento de pessoas com base em modelos de IA vem se destacando no mercado mundial.

Um exemplo trazido da prática da empresa ocorreu no recrutamento de profissionais médicos para formação de um dos hospitais de campanha, capitaneado por uma grande instituição de saúde, durante a pandemia de Covid 19 no ano de 2020.

Como resultado, dos 248 mil candidatos, uma porcentagem  com aferição da IA  alcançou as condições desejadas para o cargo e a partir disso, puderam ser entrevistados em tempo recorde por uma equipe de profissionais de saúde. Os candidatos selecionados passaram pela curadoria do pessoal e com o tempo reduzido de triagem em 80%, permitiu-se  economizar tempo e mitigar esforços para que em apenas alguns dias montar a equipe de emergência.

"O tempo economizado, os gastos  mitigados nas tarefas de seleção neste caso foram fundamentais para se colocar em funcionamento um complexo hospitalar emergência, durante um período crítico.  A IA na prática permitiu uma aplicação na saúde, na gestão de pessoas e agilizou os processos com impacto e resultado positivos na sociedade.  Este caso na verdade mostra como é possível mudar o mind set para uso de tecnologia de IA", reforçou Machado.

 

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