Acesso à Internet alcança 67% dos domicílios brasileiros, mas desigualdades se mantêm, diz pesquisa

0

O alcance da Internet nos lares brasileiros subiu seis pontos percentuais em 2018, levando o acesso a 67% (46,5 milhões) dos domicílios, de acordo com a pesquisa TIC Domicílios 2018, realizada pelo Cetic.br. Os dados mostram crescimento no acesso principalmente nas classes sociais C, D e E e na área rural, no entanto, ainda permanecem desigualdades entre pobres e ricos.

A pesquisa amostral e presencial do Cetic.br, realizada entre outubro de 2018 e março de 2019, levou em conta mais de 23 mil casas em 350 municípios diferentes. Seus dados apontam que um terço da classe C (36%) e 60% das D e E não tem acesso à Internet. Em contrapartida, 99% e 94% dos mais ricos – A e B, respectivamente – usam a internet.

A boa notícia é que o índice de acesso tem crescido rapidamente. Em 2016, 23% da população mais pobre (D/E) usavam Internet, enquanto em 2018 a porcentagem é de 40%. A classe C também viu aumento no período, passando de 60% para 76%. O coordenador da TIC Domicílios, Winston Oyadomari, considera que diferentes fatores levaram a este aumento, entre eles, a maior penetração de smartphones.

Ele explica que 68% da população D e E têm smartphone, o que facilitou o acesso à Internet. Nos dados gerais de 2018, por exemplo, 28% acessa a rede sem usar um computador ou notebook (veja tabela abaixo). No entanto, 34% da população de classes D/E acessam a Internet sem ser por PCs. Ofertas de operadoras, como cobrança por dia que usar e aplicativos que estão fora do consumo da franquia, podem ter ajudado no aumento do acesso também, diz Oyadomari.

A pesquisa ressalta, no entanto, que os motivos para a classe D/E não usar a Internet são difusos. Enquanto 64% dizem ser um serviço muito caro, 47% apontam falta de interesse dos moradores, o que pode ser puxado por 49% que consideram não saber como utilizá-la e por 45% que têm preocupações de segurança ou privacidade. A falta de disponibilidade do serviço é apontada apenas por 29%.

As atividades realizadas por meio da Internet também variam por classe social. Enquanto o uso de redes sociais e aplicativos de mensagens é alto em todas as classes, apenas 28% dos mais pobres (D/E) estudou por conta própria, menos da metade em proporção aos mais ricos. "Temos de refletir se só a penetração é suficiente. Para quê está servindo o acesso à Internet?", questiona o coordenador da pesquisa.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.