Rodolfo Tourinho, diretor de regulamentação da Claro, enfatizou durante a sua palestra na Futurecom a importância de se incentivar o acesso móvel como parte do Plano Nacional de Banda Larga. Segundo o executivo, o governo hoje prevê que apenas uma parcela de 40 milhões de acessos banda larga buscados no plano são móveis. "O que seria necessário é um equilíbrio entre políticas de governo e investimentos das operadoras, com tratamento diferenciado para consumidores de menor renda e para regiões mais pobres, reduzindo preços dos serviços, equipamentos e tarifas para consumidores de baixa renda", disse. Esse modelo proposto pela Claro é similar ao modelo previsto nos programas de eletrificação rural e para comunidades de baixa renda, como o "Luz no Campo", do governo FHC, ou o "Luz para Todos", do governo Lula. Segundo Tourinho, esses incentivos não devem vir do orçamento, mas sim de fundos setoriais e deve ter benefícios tributários para os consumidores. "Grande parte do crescimento brasileiro no setor de telecomunicações móveis se deu na classe C. A banda larga popular terá que passar pelo acesso móvel, mais do que se pretende no Plano Nacional de Banda Larga". Ele destaca que um primeiro ponto de reflexão política é a utilização do Fust. "O papel do Fust no PNBL é tímido ao desonerar apenas pequenas prestadoras". Outro ponto, segundo a Claro, é o Fistel. "São R$ 2 bilhões pagos pelas operadoras móveis. A incidência unitária inviabiliza a banda larga. O Fistel tem que mudar para ajudar a universalização. Isso tem efeito direto sobre o pré-pago", disse o executivo.
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