Falta de especialização e regulamentação são os principais desafios para adoção de IA, apontam líderes de tecnologia

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A fim de traçar um panorama sobre Inteligência Artificial nas empresas brasileiras a partir da visão das lideranças de tecnologia, a Maitha Tech, consultoria em desenvolvimento de soluções digitais, realizou o levantamento 'AI Radar 2024'. Durante os meses de junho e julho deste ano, a empresa colheu a opinião sobre 35 aspectos relacionados ao tema de 101 C-levels, Gestores e Líderes que atuam com tecnologia, especialmente em grandes e médias empresas: 79,2% deles ocupa cargos de liderança em setores como tecnologia e software (40,5%) e financeiro (13,8%). Mais de 60% dos respondentes estão ligados a empresas de médio ou grande porte: com mais de 1 mil funcionários (38,6%) e entre 250 e 1 mil funcionários (23,7%).

Apesar do grande entusiasmo em torno da IA e das constantes discussões sobre novas soluções para empresas de todos os portes, os investimentos nessa tecnologia ainda são modestos entre as empresas brasileiras: em média R$ 250 mil.

Entre os grandes tópicos abordados no levantamento, a visão dos profissionais consultados passou por grandes questões como dificuldades para o uso e a implementação de ferramentas de Inteligência Artificial nas empresas e investimentos.  Mais da metade dos entrevistados (52,63%) trabalha em empresas em que os investimentos em IA serão de até R$ 250 mil em 2024.

Barreiras

O levantamento mostrou que a falta de capacitação, habilidades ou conhecimentos específicos impactam o uso da IA: 77,2% dos entrevistados afirmam que a principal consequência disso está na Implementação inadequada (projetos mal planejados, escolhas tecnológicas inadequadas, falhas na integração de aplicações existentes).

Integração com processos e aplicações existentes (55,4%), Talentos e Habilidades (55,4%) e Custos (44,5%) foram apontadas como as principais dificuldades para a implementação de ferramentas de Inteligência Artificial. E quando perguntados sobre as principais questões regulatórias, socioculturais e econômicas que limitam o uso da IA no Brasil, em primeiro lugar, aparece resistência à mudança, falta de capacitação e medo do desemprego devido à automação e outras barreiras culturais (74,74%), seguida pela falta de mão de obra qualificada em IA, com 62,11%.

Implementação de IA já acontece…

Segundo 76,2% do público respondente, iniciativas de IA já são uma realidade para as empresas onde trabalham, considerando que 43,5% deles afirmam possuir iniciativas que já estão rodando e 22,7% em fase de planejamento. E pouco mais de 11% dos respondentes afirmam que essas iniciativas não serão priorizadas em um plano de médio e longo prazo ou tão cedo.

Segundo os líderes de TI, os fatores que mais contribuem para o avanço da adoção de iniciativas de IA nas empresas brasileiras são estes: Desenvolvimento de parcerias estratégicas (50,5%), Investimento em pesquisa e desenvolvimento (50,5%) e Estimular uma cultura organizacional focada em inovação e experimentação (48,5%)

…mas ainda não é a prioridade

Os respondentes elencaram, em uma escala de 0 a 10, o nível de prioridade do tema de Inteligência Artificial dentro das decisões estratégicas de TI da empresa que trabalha, e alcançaram a média 7,3.

Investimentos

Mais da metade dos profissionais (52,4%) trabalha em empresas em que os investimentos em IA serão de até R$ 250 mil em 2024. Outros 15,8% afirmam que ele está acima de 1 milhão de reais, e 10,8% mais de 5 milhões. Para os próximos anos, a projeção é que o sarrafo dos valores suba de maneira considerável: em relação às expectativas de investimentos para 2025, mais de 80% dos respondentes afirmam ser maior ou muito maior que em 2024. Não há quem afirme que os investimentos serão menores ou muito menores que em 2024.

Dados em primeiro lugar

Questionados sobre como priorizariam os investimentos para o avanço de iniciativas de IA, a ordem o mais importante ao menos ficou assim: aquisição e preparação de dados foi a mencionada como maior prioridade, talentos e habilidades, infraestrutura e recursos de computação, pesquisa e desenvolvimento, ética e conformidade. Integração e Implementação e Monitoramento e manutenção contínua foi citada como a menos importante na ordem de prioridade entre as opções propostas.

Quem respondeu?

Analisando o perfil dos profissionais que responderam ao levantamento, a maioria envolve líderes de TI de pequenas e médias empresas: 79,2% dos respondentes exercem algum tipo de liderança e os cargos estão divididos entre: coordenadores (17,8%), Gerentes (30,7%), Diretores (17,8%), C-Levels e Vice Presidentes (5%) e Sócios/Proprietários (7,9%).

Em relação ao porte das empresas representadas pelos profissionais, a maioria conta com mais de 1000 funcionários (38,6%), 23,7% de 250 a 1000 funcionários, 23,7% de 50 a 249 funcionários, 5,9% de 11 a 49 funcionários e 7,9% com menos de 10 funcionários.

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