O que a "Davos" da internet tem a nos dizer?

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O Web Summit, um dos principais eventos de tecnologia e inovação digital do mundo, que ocorreu no inicio de novembro na Irlanda reuniu nomes de peso da cena empreendedora com o objetivo de discutir (e talvez definir) alguns dos principais drivers da inovação digital para os próximos anos.

Chamada de a "Davos" da internet pela imprensa norte-americana, o evento trouxe bons insights e indicou a consolidação de tendências que temos visto nos últimos anos. A primeira delas é que devices de realidade virtual se tornarão, provavelmente, mainstream em 2015. O anúncio de uma versão comercial do Oculus Rifit pelo CEO da empresa, Brendan Iribe, vem reforçar isso. Comprada por US$ 2 bilhões pelo Facebook há somente quatro meses, a Oculus VR foi considerada por Mark Zuckerberg a principal revolução tecnológica desde o IPhone e será usado para educação, games e comunicação. Com a possibilidade de mudar o cenário dos weareables, o Oculus VR é a principal aposta do Facebook para enfrentar outras empresas, como a Google e Yahoo.

Já Tony Fadell, fundador da empresa de termostatos digitais Nest, anunciou que 1,2 milhão de lares irlandeses receberão o termostato gratuitamente, desde que atrelado a um contrato de longo prazo – estratégia comercial semelhante a da telefonia móvel. Parece um anúncio corriqueiro, mas não é: a Nest é a principal aposta da Google para a Internet das Coisas e a ideia é que o termostato seja o primeiro de muitos aparelhos conectados lançados pela empresa. O investimento também está na casa dos bilhões: a Nest custou US$ 3,2 bi aos cofres do site de buscas.

Outro ponto importante abordado no evento é a consolidação da Big Data através de serviços e produtos tangíveis para o mercado, independente do porte da empresa ou ramo de atuação. Dentre as 200 startups selecionadas para expor no evento, ao menos 20% oferecia serviços neste segmento, desde análise de dados até plataformas simplificadas de armazenamento de informação e CRM para aplicativos. No entanto, um pouco mais além foi a UrtheCast, uma empresa que tira fotos do planeta em tempo real através de um satélite. Com o cruzamento outros bancos de dados, a empresa monitora espaços com diferentes aplicações, como inteligência de negócios e meio-ambiente.

O segmento de vestíveis e o uso de informações aplicado aos negócios ainda são promessas, mas cada vez mais próximas de atingir certa maturidade, sobretudo comercial. A geração de valor real através destas tecnologias ainda pode levar algum tempo, mas certamente menos do que imaginamos.

Felipe Regis Lessa, diretor de produtos e marketing da Pagtel.

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