O mercado global tem uma oportunidade de negócios para soluções de Internet das Coisas – IoT da ordem de US$ 19 trilhões nos próximos dez anos, dos quais US$ 4,6 trilhões no setor público e US$ 14,4 trilhões no mercado privado. Desse total, US $ 870 bilhões virão da América Latina. A informação é de Jayme Faria, gerente de consultoria de ICT da Frost & Sullivan, em palestra realizada nesta quinta-feira, 29, no evento GIL 2015, em São Paulo, tendo como base estudo realizado pela Oxford em 2013.
Segundo ele, o Brasil tem um potencial de realização de mercado de IoT de US$ 34 bilhões, contra US$ 20 bilhões no México, conforme estimativa de mercado realizada pela Cisco em 2014. Para o analista, já existem 5 bilhões de usuários de internet conectados.
O setor de manufatura é o que tem maior potencial de mercado, da ordem de US$ 4 trilhões. O setor de saúde até 2018 deverá representar US$ 89 bilhões, em soluções como câmera pill, dispositivos wearables, controle de freezer de medicamentos e vacinas e plataforma de monitoramento.
Já o segmento automotivo tem uma previsão de 23,3 milhões de carros conectados até 2018. Em 2020, 90% automóveis serão conectados. ‘’Nesse mercado, as novas tecnologias serão disruptivas, com novos players que não são do setor entrando na competição, como Google e Apple. Além disso, a cadeia de relação dos fabricantes com os usuários não terá intermediários, como já acontece com a fabricante norte-americana de carros elétricas Tesla.
Outro potencial setor é o de cidades digitais com potencial de US$ 1,5 trilhão até 2020, com a adoção de soluções inteligentes de coleta de lixo, estacionamento de veículos, pontos de ônibus conectados, monitoramento de qualidade da água e do ar. Nesse prazo haverá cerca de 50 cidades digitais na Alemanha, Estados Unidos, França e Coreia. O segmento de energia, o Smart Energy, também será relevante, pois a demanda de energia crescerá 30% nesse período, ’’ acrescenta.
Para ele, as empresas terão o desafio de desenvolver novos modelos de negócios para transformar o uso de dados em informações; em selecionar parceiros estratégicos; em capturar ao maior número de dados possíveis ou os que devem trazer valor para o cliente; pensar novos modelos de negócios, pois os dados podem ser o próprio negócio. Poderão surgir modelos de negócios tipo ‘’as a service’’.
‘’Por exemplo, os dados coletados pela indústria automotiva podem ser comercializados para as seguradoras de autos, para que as mesmas faça m estimativas de apólices com base no perfil do motorista”, explica Faria.
O analista disse ainda que existe um grupo de mais de 100 empresas de relevância, liderado pela Cisco, que já se reúne há dois anos para fomentar o negócio de Internet da Cosias. O próximo encontro será em Dubai, no segundo semestre desse ano.