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Como o líder mantém a saúde mental dos colaboradores em meio à transformação digital

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A transformação digital é um movimento iniciado há alguns anos nas grandes corporações. Esse movimento tem acompanhado toda a volatilidade como também a incerteza do mundo que temos atualmente. Esses fatores acontecendo simultaneamente geram muita imprevisibilidade. Consequentemente, acaba causando ansiedade e medo no futuro dos profissionais. É o cenário ideal para o aparecimento de várias doenças de cunho psicológico entre os colaboradores.

De acordo com estudo recente da consultoria americana Gallup, o percentual de pessoas com sintomas da Síndrome de Burnout tem sido drasticamente maior do que era nos últimos anos. O levantamento constatou que 23% dos colaboradores em período integral relatam sentir-se esgotados no trabalho com muita frequência ou sempre. Outros 44% apontam o mesmo esgotamento às vezes. Na prática, a análise aponta dois terços dos trabalhadores com sintomas de desgaste. Foram ouvidos 7.500 funcionários para a pesquisa.

Essa transformação digital é uma revolução viabilizada por processos e tecnologia mas cujo foco está nas pessoas. E essa é a principal questão quando implementamos dentro das organizações. Várias organizações estão avaliando apenas do ponto de vista tecnológico e processual. E os colaboradores e clientes? Para as pessoas que estão fora da organização é necessário avaliar como entregar uma experiência de usuário diferenciada.

Por outro lado é necessário também que sejam adotados novos modelos de liderança para que internamente as pessoas estejam preparadas para a incerteza e volatilidade da transformação digital, sem prejudicar a saúde mental dos profissionais. Para tal, algumas dicas podem ser seguidas

Colaboração

A primeira dica é a colaboração. É preciso engajar a equipe por intermédio de um propósito compartilhado. Os colaboradores, de fato, precisam entender o contexto e se unir no mesmo objetivo. Quando o gestor incentiva a colaboração, os gaps de conhecimentos ou dificuldades individuais são mitigados.

Por exemplo, se o profissional não tem os conhecimentos necessários ou tem dificuldade para executar uma determinada atividade, o colega de trabalho pode ajudar por ter mais facilidade. Isso vai minimizar a necessidade de um constante aprendizado individual. Desse modo o profissional se sente menos pressionado por ter mais suporte dos colegas.

A busca do porquê

A segunda dica é “fomentar a busca do porquê”. É preciso ajudar as pessoas a entenderem a razão de suas atividades, pois não são máquinas ou robôs. O profissional deve saber o que está fazendo, por que e para que tem executado algo, qual o objetivo do produto ou do serviço, qual a estratégia da empresa, etc.

Essas respostas darão um sentido ao seu dia-a-dia e consequentemente reduzirão a ansiedade. Além disso, ainda incentiva a criatividade dos profissionais da organização a procurarem novas alternativas. Ao saber o porquê de determinada necessidade ou estratégia, o profissional pode sugerir alternativas ou novos modos de executar a mesma atividade. Isso tudo pode gerar, inclusive, benefícios de eficiência pelas novas alternativas.

Cultura mais ágil

Outra dica é buscar uma cultura organizacional mais ágil. Torna-se urgente implementar uma nova cultura incentivando um ambiente em que seja possível entender o erro como mais uma etapa da melhoria contínua. Não é banalizar o erro, mas sim transformá-lo em aprendizado. A falha faz parte desse processo e é possível melhorar a partir dela.

Nesse ponto, entra também o incentivo ao protagonismo na busca por soluções, gerando autogestão e busca por mais eficácia. O que é eficácia? Nada menos do que fazer certo o que realmente precisa ser feito. Focando na eficácia é possível maximizar o resultado mantendo o bem-estar nos profissionais.

Liderança mais presente

A quarta dica, é promover uma liderança mais presente. Esse novo modelo de líder precisa focar mais no ser humano do que na atividade em si. O líder tradicional monitora as atividades que os profissionais estão fazendo e os encaixa na atividade. O líder nesse mundo da transformação digital deve olhar para o ser humano e com isso usar a empatia para entender onde estão os limites, quais são as dificuldades de cada um e ajudar na superação dessas dificuldades.

Esse novo líder não é mais um super-herói que sabe de tudo e sempre tem uma resposta para tudo. Ele também é um ser humano que tem suas fragilidades. Ele não tem receio de pedir ajuda aos seus liderados, aos seus pares ou aos seus superiores. Esse é o novo modelo de liderança onde o líder está pronto para pedir ajuda e ser empático para entender as pessoas que estão por trás das atividades.

De fato, essa transformação digital nos trouxe novas preocupações. Nós estávamos muito focados na “industrialização” das atividades e o novo mundo é demasiado incerto para ser “industrializável”. E essas novas preocupações só podem ser ultrapassadas por intermédio de um novo olhar para as pessoas.

O processo viabiliza as mudanças necessárias dentro dessa volatilidade e a tecnologia acelera essa evolução. Mas o verdadeiro centro de tudo na transformação digital é o ser humano, que precisa ser entendido e cuidado de um modo completamente diferente do que foi até agora

Carlos Baptista, especialista em transformação digital e processos ágeis para as empresas. Professor e Coordenador do núcleo de seleção de alunos do MBA da FIAP. É empresário, consultor de negócios e mentor. Possui mais de 30 anos de experiência em TI no Brasil e Portugal.

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