A partir de junho, o Banco Central (BC) dá início ao Piloto do Real Digital que testará iniciativas de diversas instituições e prestadores de serviços financeiros, que se inscreveram para participar da nova fase de desenvolvimento da moeda digital do País.
A TecBan teve a proposta selecionada, junto com o Banco da Amazônia (BASA) e outras 13 instituições, para o projeto piloto. A empresa desenvolverá o uso da Cédula de Produto Rural (CPR) tokenizado na infraestrutura do Real Digital, uma iniciativa de concessão de crédito agrícola para empresas na região da Amazônia com práticas de ESG.
Ao lado da TecBan e do BASA, outras dez empresas de tecnologia compõe o grupo que está empenhado em contribuir com a frente de segurança cibernética e bancos. Juntos, eles vão avaliar a usabilidade e a conveniência da moeda digital para os consumidores.
Essa colaboração multidisciplinar pode acelerar o desenvolvimento e a implementação bem-sucedida do Real Digital, tornando-o mais eficiente e seguro para todos os envolvidos no sistema financeiro. Fazem parte do projeto as seguintes parceiras: Pinbank Brasil, Dinamo Networks Serviços, Cresol Confederação, Banco Arbi, Ntokens, Clear Sale, Foxbit, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), AWS e Parfin Pagamentos.
Projeto Piloto TecBan e BASA: como vai funcionar?
O Brasil tem feito esforços significativos para promover o desenvolvimento socioeconômico sustentável da região amazônica, através do FNO (Fundo Constitucional de Financiamento do Norte), administrado pelo Banco da Amazônia. Com capilaridade e canais de distribuição, o BASA agora vê a demanda por projetos qualificados para superar a oferta de recursos do FNO.
Simultaneamente, o mercado financeiro tem uma procura crescente por projetos alinhados com critérios ambientais, sociais e de governança (ESG). Deste modo, abre-se uma oportunidade inédita para que o mercado financeiro possa potencializar a capacidade do Banco da Amazônia, atuando como um catalisador de finanças sustentáveis na Amazônia.
De acordo com Aguiar, dentre os principais desafios está a identificação de um instrumento financeiro conciliável com as diretrizes do Fundo e com a realidade econômica brasileira. Este título deve ser compatível com três protocolos que favoreçam a negociação secundária, assegurando, ao mesmo tempo, a confiabilidade das informações financeiras e socioambientais e a proteção da privacidade dos participantes.
Desta maneira, a solução proposta pelo grupo de trabalho da TecBan passa pela utilização da Cédula de Produto Rural (CPR) tokenizado na infraestrutura do Real Digital. A CPR apresenta características que facilitam o registro eletrônico e a padronização. Vale destacar que, existe uma sobreposição considerável entre as atividades financiadas pelo Fundo do Banco e as atividades passíveis de registro de CPR – em especial a CPR Verde.
Ao unir o conhecimento dos seus clientes com a demanda real por investimento na região, o BASA pode capitalizar a familiaridade do mercado financeiro com a CPR através da intermediação ou oferta de negociação no mercado secundário. O Sistema Real Digital emerge como uma plataforma ideal para o registro primário de títulos ricos em informações. E ao permitir a liquidação de forma mais eficiente e confiável, a circulação da CPR no mercado secundário é facilitada. A tokenização representa assim uma oportunidade de integrar práticas e dados ESG, ampliando o acesso a financiamento para projetos sustentáveis aos investidores.