O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) anunciou nesta segunda-feira, 29, as 56 startups selecionadas para o programa Startup Brasil, anunciado pelo governo no fim de novembro passado e que faz parte do Programa Estratégico de Software e Serviços de Tecnologia da Informação — TI Maior, cujo objetivo é fomentar a indústria de software e serviços de TI no Brasil. Nesta primeira rodada foram analisados 908 projetos, sendo 672 de empresas nacionais e 236 de companhias internacionais. As nove aceleradoras selecionadas em fevereiro também participaram da banca técnica — formada por especialistas — como conselheiras, mas não tiveram direito a voto.
“O objetivo do programa, que é resultado de uma Parceria Público-Privada (PPP), é fortalecer o software no Brasil, e o governo é apenas um coordenador, a execução é do setor privado”, destacou o secretário de políticas de informática do MCTI, Virgilio Almeida, durante apresentação das empresas selecionadas, nesta segunda-feira, 29. Cerca de 61% das startups inscritas são oriundas do Sudeste, 17% do Sul e 13%, do Nordeste. Entre as propostas internacionais, mais de 30% são provenientes dos Estados Unidos, de um total de 37 países. Das 56 empresas selecionadas, 11 são internacionais, oriundas da Irlanda, Argentina, Colômbia, Espanha e Israel. “Muitas pessoas questionam o porquê queremos que 25% dos projetos sejam internacionais. A área de software dos Estados Unidos é chave para indústria e o Brasil precisa desses talentos”, declarou Almeida.
Entre os projetos nacionais selecionados 13 são de São Paulo, seis de Minas Gerais e seis em Pernambuco, e o restante dividido entre Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Ceará, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. “O grande número de empresas no Nordeste é um fato interessante, pois fizemos um trabalho maior de capacitação, que inclusive será reforçado para que as empresas dessa região sejam incentivadas e diminua a concentração no Sudeste”, reiterou o secretário.
A maioria das empresas já estão na fase de protótipo e produção dos projetos. “Ter pelo menos três anos de CNPJ, como exige o edital, mostra a intenção do programa de gerar casos de sucesso, por isso a maioria das empresas selecionadas está nesse estágio”, disse o diretor de software e serviços de TI do MCTI, Rafael Moreira.
Confira, a seguir, a lista de empresas nacionais e internacionais selecionadas:
Projetos
O setor de educação foi o campeão de projetos apresentados pelas startups, com 19,64% das propostas voltadas a área com soluções de e-learning, ferramentas corporativas de aprendizado e até software de gestão para escolas na nuvem e mobilidade e plataforma de e-learning em inglês gameficada para crianças.
A área de varejo respondeu por 14,29% dos projetos, principalmente com soluções de comércio eletrônico. “Soluções para o varejo ainda não foram totalmente exploradas aqui, e isso as startups internacionais conseguiram identificar. Temos espaço grande para esse setor no Brasil”, disse Felipe Matos, diretor de operações do Startup Brasil.
Saúde vem a seguir, com 8,93% das propostas, empatada com eventos e turismo, setor impulsionado pelos grandes eventos esportivos que ocorrerão no país — Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. “Atraímos empreendedores que querem trazer solução para setores importantes no país”, completou Matos.
Próximos passos
A partir de agora, as empresas selecionadas vão acertar com as aceleradoras a execução dos projetos no primeiro ano. O início do planejamento está previsto pata o fim de agosto e da aceleração, entre agosto e setembro. Na sequência serão anunciados os projetos na Induction Week, evento com todas as empresas que será realizado no Rio de Janeiro, em setembro. Em outubro, terá início a segunda etapa do programa, com o lançamento do edital para mais 50 startups e, em novembro, sairá o segundo edital para selecionar mais seis aceleradoras.
Os representantes do projeto destacam que identificaram alguns pontos a serem modificados nos próximos editais, entre eles os critérios para seleção de empresas internacionais. “Será preciso corrigir o edital para dar oportunidades para brasileiros que estudam fora do país e querem participar, mas não foram contemplados em nenhuma das categorias do edital”, destacou a gestora de investimentos estrangeiros da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Flavia Queiroz, responsável pela seleção de empresas internacionais para o programa.