A nuvem já não é nenhuma novidade para as empresas do mercado financeiro. Algumas até nasceram nela: as fintechs, por exemplo, em sua maioria, são nativas digitais, iniciando sua jornada já na cloud. Mas as instituições mais tradicionais também não estão tão atrás. Muitas já vinham em uma corrida pela transformação digital, que só se intensificou com a chegada da pandemia, acelerando a migração em massa para a cloud. Segundo um estudo da McKinsey divulgada pelo Financial Times, 40% a 90% dos sistemas dos bancos vão migrar para a nuvem nos próximos dez anos.
Só que nem sempre essa migração é feita da maneira correta. Na busca por usufruir das principais vantagens da nuvem, como a elasticidade para dimensionar recursos de acordo com a demanda, muitas enfiam os pés pelas mãos, migrando sem um planejamento correto, que acaba gerando mais prejuízos do que benefícios.
Isso porque uma migração realizada às pressas, sem o mapeamento de processos internos e sistemas legados para entender o que deve ir e o que não deve à nuvem, pode expor a segurança dos dados à riscos e desencadear custos maiores que o esperado. No setor financeiro, a complexidade destes sistemas é enorme, especialmente se for uma instituição mais tradicional, com muito anos de mercado.
Apesar das possibilidades tecnológicas do on-premise serem similares as da nuvem, existem diferenças importantes. A cloud possui grande escala, um nível alto de automação e elasticidade, além de características próprias, que necessitam de especialistas que desenvolvam uma arquitetura bem planejada para que a empresa possa realmente atingir os resultados esperados.
A migração para a nuvem não deve ser apenas levar seus workloads já existentes no on-premise da mesma forma para lá. É preciso estudá-los e rever suas arquiteturas, para depois migrá-los. E isso exige profissionais especializados, como arquitetos de soluções e consultores, que poderão auxiliar sua empresa neste mapeamento. Para aproveitar um ambiente que funciona sob demanda, como a cloud, é preciso ter uma estrutura que derruba recursos quando estes não estão sendo mais utilizados, evitando gastos desnecessários, por exemplo. Apenas assim será possível sentir alguns benefícios como redução de gastos.
É necessário repensar todos os pilares que envolvem o armazenamento de dados da sua empresa com um novo mindset voltado para a cloud. Isso envolve estudar custo, segurança, performance, continuidade, entre outros fatores, já no momento do planejamento, para traçar metas realistas. A nuvem pode ser uma grande aliada no crescimento de uma instituição financeira, aumentando a eficiência de processos, mas para isso, é preciso ser utilizada com sabedoria.
Um outro ponto importante na migração para a cloud é que a segurança precisa manter o padrão anterior, do que era aplicado no data center. A maioria dos problemas de segurança observados na migração para a cloud são originados de códigos mal desenvolvidos, feitos por profissionais que não possuem conhecimento suficiente sobre a nuvem, ou pela não execução de processos de segurança necessários, tais como atualização de softwares ou análise de vulnerabilidades. Além disso, conhecer adequadamente as responsabilidades do provedor da cloud é essencial para garantir essa proteção. Ainda que a tecnologia seja segura, fazer uma comparação entre o sistema anterior e o sistema que está sendo desenhado na nuvem é muito importante para manter os requisitos exigidos para compliance, especialmente para quem é do setor financeiro, um meio altamente regulado.
A melhor maneira de atender todo este checklist de migração para a nuvem é ter especialistas desta tecnologia acompanhando o processo, de preferência que já possuam experiência com empresas do setor financeiro. Além de evitar grandes dores de cabeça, que acabariam tirando o foco do core business, contar com o apoio de um suporte especializado neste segmento fará com que o tempo de atendimento e resolução de problemas seja bem menor do que de um provedor de nuvem não-especializado.
Portanto, ao decidir migrar para a cloud, estude bastante suas possibilidades e conte com uma equipe experiente no mercado financeiro para auxiliá-lo neste processo.
Cesar Raize, gerente de Infraestrutura e Suporte de Tecnologia na RTM.
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