Empreender deixou de ser uma opção no mercado de trabalho. Seja para ter o próprio negócio ou para galgar posições mais elevadas dentro da empresa, o empreendedorismo e a inovação são competências que podem ser apreendidas. Este é o mote do novo produto da start-up Quick Brasil, com base na metodologia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts – MIT. O programa de coaching é voltado para empreendedores (ou aspirantes) em qualquer fase da vida e da carreira.
"A metodologia de coaching do MIT, considerado um dos epicentros mundiais da inovação, se baseia na experiência adquirida na execução do processo por diversas vezes. O lema é mens et manus, do latim por 'mente e mãos', ou seja, não basta apenas conhecer a teoria: é necessário arregaçar as mangas e executar o processo dezenas, centenas de vezes, para que as 'dores' do caminho sejam conhecidos na prática e, assim, poder orientar os alunos da melhor maneira possível", descreve o coach e advogado mineiro Thiago Naves, ex aluno do MIT Global Entrepeneurship Bootcamp 2017 e um dos quatro sócios criadores da Quick Brasil.
Com duração de oito semanas e dividido em oito módulos, o processo de coaching proposto pela Quick Brasil busca desenvolver um conjunto de ferramentas sistemáticas para a criação de empreendimentos e estimular no cliente uma mentalidade disciplinada. A jornada de aprendizagem passa por itens como gerar oportunidades para o empreendedorismo inovador; validar hipóteses; checar o feedback do público do seu negócio; trabalhar em equipe para colocar em prática o plano de negócios; traçar estratégias para ser o melhor prestador de serviço no seu nicho.
"Em primeiro lugar, é preciso conhecer bem o 'problema', isto é, a oportunidade de negócio, e saber se, de fato, ele é uma 'dor' para um grupo de clientes, a ponto de quererem pagar por alguma solução para ele", ensina Naves. Segundo ele, o empreendedor de sucesso também precisa conhecer o tamanho de seu mercado e focar em desenvolver soluções que ataquem nichos específicos, antes de crescer para o macro. "Embora as estratégias de marketing sejam importantes, é importante definir, primeiramente, um grupo relativamente reduzido de clientes para aplicar as estratégias. Não adianta tentar abordar um mercado de milhões de pessoas logo num primeiro momento", explica.
O processo de coaching também aborda tópicos como o risco do plano de negócios, levando em conta fatores como margem de lucro e concorrência; bem como a estrutura escalável e sustentável da empresa. "Com o tempo, o custo de aquisição de clientes deve diminuir; e o retorno de cada cliente, aumentar. Isso é primordial para a saúde financeira da empresa. Para isto, pode-se lançar mão de tecnologia para baixar os custos operacionais, mas o melhor é, de fato, fazer com que o seu cliente se torne parte do seu departamento de marketing: marketing boca a boca é o melhor que existe", finaliza o coach.
Atuação
Fundada há pouco mais de um ano, a start-up Quick Brasil já atendeu cerca de 2 mil clientes, com 95% de acordos fechados. A plataforma propõe a dar suporte prático e rápido a quem teve voos atrasados, cancelados, com overbooking ou extravio de bagagens. Assim que o passageiro relata o caso, os consultores avaliam gratuitamente o problema e, a seguir, caso haja real direito à reparação, propõem uma indenização imediata no valor de mil reais, em depósito na conta bancária. Ao receber a compensação, o consumidor renuncia receber qualquer outro valor da companhia aérea referente ao caso. A start-up, por sua vez, passa a reivindicar a retratação diretamente com a companhia, assumindo os riscos e resultados.
O projeto foi um dos destaques programa educacional MIT Global Entrepreneurship Bootcamp, realizado na Austrália, em 2017. Na ocasião, o advogado mineiro Thiago Naves e sua equipe (Amory Gonzalez, da Guatemala; Gaurav Tandel, da Índia; e Jon Hanson, dos Estados Unidos) desenvolveram uma plataforma on-line voltada para as relações de consumo, baseada em um trabalho desenvolvido por Naves no Brasil já há cinco anos, o Lar do Consumidor. Ao lado dos três vencedores, a banca concedeu uma premiação bônus à equipe, criada especificamente para o projeto, por considerá-lo, entre todos, o de maior chance de execução no mundo real. "A Quick Brasil é um case de sucesso de tal maneira que, atualmente, é citada como exemplo em uma das disciplinas oferecidas por esta instituição", relata Naves.