As empresas que investirem no conhecimento, na transparência e na avaliação tecnológica deverão passar a obter crédito mais fácil do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A instituição firmou parceria com a Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) para desenvolver um meio de analisar os bens não-físicos das empresas.
A idéia, segundo o BNDES, é criar uma metodologia diferenciada para avaliar o capital intangível das empresas que pretendem solicitar empréstimos ao banco, ou seja, definir quanto valem os bens e valores derivados da pesquisa, do conhecimento e do desenvolvimento tecnológico. Entre os bens intangíveis, estão marcas e patentes, design, transparência e governança corporativa ? maneira como a empresa é administrada.
O tema foi abordado nesta segunda-feira (29/10) no seminário ?Avaliando os Capitais Intangíveis no Brasil?, na sede do BNDES no Rio de Janeiro. O evento vai até esta terça-feira (30/10).
Um teste piloto foi realizado pela Coppe e pelo BNDES para desenvolver essa nova metodologia em quatro empresas de diferentes portes e áreas de atuação: Embraer (setor aeronáutico), Suzano (papel e celulose), Genoa (biotecnologia) e Totvs (tecnologia da informação). O resultado foi considerado satisfatório pelos técnicos.
Para o diretor da área de mercado de capitais do BNDES, Eduardo Rath Fingerl, o risco de uma companhia pode cair se ela usa mais tecnologia ou investe em formas mais aprimoradas de governança. Fingerl acredita que o Brasil tem grande potencial no campo do conhecimento, fator que considera cada vez mais importante no desempenho e na competitividade das empresas.
Segundo Fingerl, o Brasil tem atualmente 300 incubadoras de empresas, que criam oportunidade para que esses novos empreendimentos possam ser financiados e se transformem em empresas. ?O grande desafio hoje é como transformar todo esse conhecimento em empreendedorismo?, avaliou o diretor do BNDES.
O número de mestres no país subiu de 10 mil, em 1997, para 33 mil no ano passado, enquanto o número de doutores evoluiu de 4 mil para cerca de 10 mil no mesmo período. Atualmente, a produção científica brasileira corresponde a 2% do total mundial, somando 17 mil artigos publicados em revistas especializadas internacionais.
Com informações da Agência Brasil.