A Intel anunciou nesta quarta-feira, 30, a assinatura de um acordo de cooperação técnico-científica com a Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex) com o propósito de apoiar a indústria nacional de software e serviços de TI.
Segundo os termos do acordo, a Softex responderá pelos investimentos em marketing, elaboração e divulgação de cursos, além de ceder as instalações para os treinamentos e palestras. A fabricante de chip, por seu lado, ficará responsável por trazer especialistas, pelo fornecimento de equipamentos e por fomentar a pesquisa e desenvolvimento das empresas brasileiras.
O acordo envolve aportes das duas partes, mas elas não forneceram mais detalhes. A Intel diz apenas que ao longo deste ano serão elaborados diversos projetos, em que cada um deles receberá investimentos de acordo com o porte e as necessidades. Por enquanto, não há critérios fixos para o financiamento de cada projeto.
De acordo com Omar Toral, diretor de habilitação de software para a América Latina da Intel, um dos responsáveis pelo projeto, a companhia atuará em três frentes de ajuda às empresas brasileiras de software: apoio financeiro e intelectual às estratégias de desenvolvimento, absorção dos produtos por meio de programas de parceria e, posteriormente, ajuda na venda e distribuição. A Softex, por sua vez, aproximará a fabricante de chips de suas 1,6 mil empresas associadas.
Embora o apoio da gigante de chip a indústria brasileira de software possa soar estranho, Toral explica que a intenção é gerar uma demanda indireta para produtos da Intel. Segundo ele, o desenvolvimento de aplicações mais modernas exige computadores mais sofisticados. Essa sofisticação vem, de acordo com o executivo, do investimento em processadores mais robustos. Ele acredita que esse movimento se dará principalmente por causa do crescimento da economia brasileira nos últimos anos e do aumento do poder de compra da classe média, que ganha cada vez mais integrantes.
O executivo diz que o consumidor brasileiro tem o hábito de procurar aparelhos eletrônicos sofisticados, para que não precisem trocá-los por outros num curto período. Toral observa que essa demanda por computadores modernos, com chips robustos, já vem ocorrendo há algum tempo, e o que a Intel quer fazer é acelerá-la para ampliar a receita no mercado brasileiro. E a estratégia para isso passa justamente pela modernização da indústria de software. "Se as empresas brasileiras não se modernizarem, não serão competitivas e não sobreviverão", resume Toral.
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