Mais de 95% das empresas pretendem manter ou aumentar o uso de software como serviço (SaaS, na sigla em inglês), de acordo com uma pesquisa realizada pelo Gartner. Os entrevistados citam os requisitos de integração e uma mudança significativa na estratégia de sourcing, bem como o custo total de propriedade (TCO) elevado, como os principais motivos para adoção dessa modalidade de "aquisição" de software. Apesar desse índice elevado, o instituto de pesquisas constatou que a maioria das empresas ainda não tem políticas para avaliação e utilização de SaaS, já que apenas 39% delas dão indicações que tal política ou processo existe.
A pesquisa foi realizada no período entre dezembro de 2009 e janeiro de 2010 e envolveu 270 profissionais de TI e de gestão de negócios, que atuam em vários segmentos da indústria na América do Norte, Europa e Ásia-Pacífico e estavam envolvidos no suporte à implantação, execução, planejamento ou com decisões relacionadas ao orçamento para aquisição de software de aplicações empresariais.
"Os aplicativos SaaS claramente deixaram de ser visto como um novo modelo de posicionamento estratégico, conforme indicam nossa base de pesquisa, com quase metade dos entrevistados afirmando que já usam aplicações SaaS em seus negócios há mais de três anos", disse Sharon Mertz, diretora de pesquisa do Gartner. "Os diferentes níveis de maturidade dentro da base de usuários sugerem oportunidades de crescimento para os fornecedores de software como serviço ao longo da curva de adoção."
De acordo com a analista, o escopo de funcionalidade dos aplicativos SaaS tem aumentado significativamente nos últimos anos. Em termos de popularidade de uso, a pesquisa mostra que aplicativos de correio eletrônico, gestão financeira (contabilidade), automação da força de vendas, atendimento ao cliente e gerenciamento de despesas são os mais utilizados, já que mais de 30% da base da pesquisa indicaram esses tipos de aplicações.
Em termos de investimentos previstos em soluções SaaS para os próximos dois anos, os entrevistados acenam com boas perspectivas para os fornecedores de software como serviço, pois 53% das empresas disseram ter expectativa de aumentar ligeiramente os níveis de investimento e 19%, de forma significativa. No entanto, nem todos os compradores pretendem ampliar o uso de SaaS: quase um quarto dos entrevistados disse que planeja manter o mesmo nível de investimento e 4% declararam que reduzirão o orçamento nessa área.
Em termos de perspectiva futura, 72% dos consultados avaliam que os investimentos de suas empresas em SaaS irão aumentar, enquanto 45% acreditam serão mantidos no nível atual. Regionalmente, a América do Norte e os entrevistados da Ásia-Pacífico mostraram um forte interesse na aquisição de soluções no modelo SaaS, e, em comparação com os da Europa, demonstraram maior confiança de que suas companhias aumentarão os investimentos nessa modalidade de compra de software ou no modelo de assinatura neste ano.
No entanto, a pesquisa descobriu que algumas organizações estão enfrentando dificuldades significativas com o processo de integração e se dizem bastante insatisfeitas com o custo total de propriedade (TCO) de algumas soluções SaaS, que se tornou demasiadamente elevado.
Apesar da adoção crescente de SaaS em todas as regiões, mais de um terço dos consultados mostrou preocupações com suas implantações recentes. A maioria deles está localizada fora da América do Norte, especificamente na Ásia-Pacífico, onde as redes de alta velocidade não são tão facilmente disponíveis. Problemas com integração e personalização são alguns dos principais pontos citados pelos entrevistados.
"Fora esses problemas, as organizações estão se tornando mais experientes quando se trata de renegociar seus contratos de SaaS", diz Sharon. "Uma descoberta importante foi que mais empresas estão renegociando os contratos em busca de maior funcionalidade, inclusão de usuários adicionais e melhores condições financeiras. Trinta por cento dos entrevistados disseram que tiveram seus contratos renegociados SaaS antes do fim do prazo inicial", finaliza ela.
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