Disrupção, o palavrão que amplia o escopo da tecnologia

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Existe uma palavra — mais parece um palavrão — que está tirando o sono de empresários e executivos ao redor do mundo: disrupção. Em administração de TI, ela é ainda mais forte, pois exige atenção total às tecnologias disruptivas para desenvolvimento mais completo das atividades.

Disrupção é a inovação que oferece produtos e serviços acessíveis, e cria novos hábitos de consumo. De quebra, encerra a trajetória bem-sucedida de atividades até então tidas como eternas. Como o fez o smartphone que engloba telefone, tocador de música, exibidor de vídeos, comunicador instantâneo, computador, etc.

Quem viaja muito a trabalho ou por lazer já havia imaginado não se hospedar em hotéis ou pousadas? Pois bem, alguém decidiu usar quartos de residências particulares para hospedar turistas ou executivos, e criou o aplicativo AirBnb. Os hoteleiros espumam ao ouvir este nome, mas, paciência, o mundo dos negócios sempre foi marcado por rupturas, desde que um antepassado nosso aprendeu a fazer fogo esfregando paus e pedras, em lugar de guardar as chamas geradas pelos raios.

Foi com esse espírito que criaram o Uber, uma nova forma de circular pela cidade, com cara de táxi, jeito de táxi, mas que não é táxi. Essa concorrência tem provocado brigas e mobilizações, como temos acompanhado no noticiário. Nem bem surgiu o Uber, cuja frota é formada por carros particulares, e já há a opção das caronas solidárias e do car sharing — veículos particulares partilhados por horas ou minutos.

Evidentemente, as mudanças estão acontecendo muito mais rapidamente nos dias de hoje, ritmo apropriado à velocidade da informação e da comunicação nas redes sociais.

Um gestor de TI deve continuar, sem dúvida, a trabalhar com processos, mas tem uma oportunidade ímpar: ser também o responsável pela inovação na organização. Tecnologia só tem sentido se funcionar como fermento do bolo das atividades econômicas. Soluções eficientes de conexão, rede e processamento são essenciais para o bom andamento das atividades empresariais, mas têm de se vincular aos resultados da companhia.

Vou chacoalhar quem está quieto: a questão é encontrar o seu lugar neste novo mundo. A disrupção tem de ser vista como uma ampliação das atribuições em tecnologia. Torna mais estratégica uma função que já está no alto da escala de prioridades de qualquer empreendimento bem-sucedido. Gerir TI, a partir de agora, será, acima de tudo, antecipar tendências e indicar para onde sopra o vento da tecnologia, na geração de produtos e serviços inovadores.

*André Navarrete é presidente do Optimize Group e do Grupo de Gestores de TI (GGTI); vice-presidente da Associação dos Usuários de Informática e Telecomunicações de Pernambuco (Sucesu).

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