Projeto abre espaço para colaboração popular via web

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Integrar mídias digitais, redes sociais e plataformas mobile para criar um sistema onde as pessoas possam colaborar via internet com os gestores públicos, no sentido de informar problemas, demandas e até propor soluções. É esse o objetivo de um projeto de geolocalização participativa para gestão pública criado pela 3bits Estúdio Criativo, agência de comunicação digital e design interativo de Belo Horizonte (MG). Esta solução tecnológica de comunicação se baseia no princípio do geotagueamento, que nada mais é do que o reconhecimento e identificação de zonas e regiões em um mapa por meio de marcações chamadas tags.
"Utilizando essas marcações, os cidadãos podem indicar pontos vulneráveis, zonas de perigo, problemas, riscos de determinada região, e informar aos gestores públicos situações que deverão considerar para pensar em soluções e prestar contas. Isso pode ser feito através de um site, rede social ou algum aplicativo mobile, utilizando a geolocalização", explica Henrique Costa, diretor da 3bits e um dos criadores do projeto. A colaboração pode ser feita por meio de computadores, notebooks, celulares e tablets.
Além de aspectos críticos, as pessoas poderão compartilhar também experiências positivas e pontos satisfatórios de sua região, informando, por exemplo, pontos turísticos, atrativos, eventos e serviços úteis para as comunidades integradas e visitantes. "Esse pode ser, inclusive, um excelente canal de informação para turistas que virão ao Brasil na Copa de 2014", comenta. A inovação do projeto é possibilitar a interação das comunidades entre si e também com os órgãos públicos responsáveis por cada problema, utilizando aplicativos abertos e que já fazem parte do convívio da população.
Estima-se que existam cerca de 81,3 milhões de usuários de internet no Brasil, que navegam na rede pelo menos três horas por dia. Em pesquisa realizada no ano passado pelo Censo, os dados mostram que em média 8% dessas pessoas têm acesso à web através de dispositivos móveis, número que vem crescendo cada vez mais. Desse modo, as pessoas podem relatar em tempo real os problemas por meio de uma foto ou post, para mobilizar mais cidadãos e autoridades públicas para solucionar estes problemas.
O projeto de geolocalização participativa para gestão pública elaborado pela 3bits tem como principal objetivo oferecer aos órgãos públicos um sistema voltado para cada área específica – como segurança, saúde, transporte e acessibilidade –, facilitando o trabalho de reconhecimento e gerenciamento dos problemas. "Com isso, podemos dizer que esta plataforma vai agilizar o trabalho desses órgãos, trazendo benefícios para todos os cidadãos", diz Costa.
Pesquisas de tendências de uso da rede no Brasil mostram que 57% dos usuários da internet são geradores de conteúdo, enquanto que 70% participam compartilhando conteúdos, de acordo com o Ibope. Os dados apontam para o gradual crescimento da utilização de plataformas colaborativas, trazendo boas perspectivas para o bom uso dessas tecnologias. "Os cidadãos vão se sentir sujeitos da evolução da sua comunidade, porque contribuíram para isso. E é esse o espírito da participação", explica o diretor. Algumas tecnologias de geotagueamento já são aplicadas por todo o mundo, e até em algumas regiões do país. "Os pesquisadores estão animados com os resultados", completa.
O geotagueamento também pode ser utilizado para outras finalidades, como rastreamento de pontos de interesse e satisfação da população ou o consumo de determinada marca de um produto em uma região. Assim, cada sistema pode ser desenvolvido de acordo com as necessidades de cada cliente, empresa ou município. A 3bits Estúdio Criativo também oferece serviços de gerenciamento das informações colhidas pelo geotagueamento, além da divulgação e disseminação do conteúdo, principalmente nas redes sociais e serviços de comunicação digital.
O desenvolvimento desse projeto surgiu de uma demanda do Sistema Mineiro de Inovação (SIMI), que faz parte da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais (Sectes), que pretendia criar uma rede social de gestão e gerenciamento da relação entre as empresas, centros de pesquisas e desenvolvimento, e os órgãos do governo. Esta proposta foi adaptada com o objetivo de desenvolver um sistema que pudesse beneficiar também a gestão pública, através da transparência e participação da sociedade civil.

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