Todo mundo sabe que o TikTok é um fenômeno no Brasil — e os números confirmam isso. De acordo com dados do DataReportal divulgados no início de 2024, o país conta com 98,6 milhões de usuários ativos na plataforma, ocupando a terceira posição no ranking global, atrás apenas dos Estados Unidos (140 milhões) e da Indonésia (123,8 milhões). E agora, a novidade é o TikTok Shop, que movimentou o varejo digital ao permitir compras diretamente no aplicativo, sem que o usuário precise sair da plataforma.1
A experiência de compra se torna mais fluida ao integrar entretenimento e consumo em um mesmo ambiente, favorecendo decisões impulsivas e imediatas. Para pequenos empreendedores, funciona como uma vitrine dinâmica e de alto alcance, ideal para produtos com forte apelo visual. A combinação entre conteúdo envolvente e usabilidade simplificada potencializa a conversão, aproveitando o poder dos vídeos curtos para capturar atenção rapidamente e influenciar o consumidor no momento certo.
Como anda o TikTok Shop em outros países?
Lá fora, o TikTok Shop já mostrou que não está para brincadeira. Dados da Statista revelam que o GMV global da plataforma chegou a impressionantes US$ 33,2 bilhões no último ano — um número que não só valida o modelo de social commerce, como também comprova o apetite do público por compras integradas ao entretenimento.
A força desse movimento ficou ainda mais evidente quando a plataforma ultrapassou nomes como Shein, Sephora e Qurate em popularidade nos Estados Unidos, conforme o "2025 Consumer Trends Report", elaborado pela Coefficient Capital e Dan Frommer. O fato de os usuários poderem consumir conteúdo e adquirir produtos sem sair do app cria uma jornada de compra praticamente sem fricção, como dissemos.
No Brasil, a chegada vem sendo recebida com entusiasmo (e não é para menos). Projeções do Santander apontam que a ferramenta pode movimentar R$ 39 bilhões até 2028, representando de 5% a 9% do total do e-commerce nacional. Isso mostra que o país está mais do que preparado para absorver esse novo modelo de consumo. A familiaridade dos brasileiros com redes sociais, combinada ao forte engajamento na plataforma, forma um ambiente fértil para esse tipo de solução prosperar.
Sem estrutura, não há escala. Sua operação está preparada?
Por mais empolgantes que sejam as oportunidades nas redes sociais, apostar tudo nelas pode deixar qualquer operação exposta a riscos — basta uma mudança de algoritmo, uma nova política ou até um bloqueio inesperado para tudo sair do controle. Para crescer de forma realmente sustentável, é preciso ter autonomia sobre os próprios processos e dados. Só assim dá para tomar decisões mais estratégicas e alinhadas com quem realmente importa: o público. Nesse contexto, ter um domínio próprio deixa de ser algo opcional e passa a ser o alicerce para escalar com segurança, consistência e visão de longo prazo.
Hoje, o consumidor está mais exigente do que nunca. Ele espera uma experiência fluida, personalizada e ágil em todas as etapas — do primeiro clique ao pós-venda. As redes sociais fazem bem o papel da descoberta, mas não garantem entrega, relacionamento ou recompra. Ter processos claros e canais próprios não só reforça a credibilidade da marca, como também reduz a dependência de fatores externos e ajuda o negócio a enfrentar os altos e baixos do mercado.
Mais do que se perguntar se vale a pena estar na TikTok Shop, a pergunta que importa é: sua operação está pronta para crescer de verdade? A presença nas redes conta, mas é a estrutura por trás que garante escala e futuro.
Lucas Colette, fundador e CEO da Yampi.
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