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Seis recomendações para CIOs brasileiros se tornarem protagonistas no processo de Transformação Digital

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Executivos de TI brasileiros estão sendo cada vez mais pressionados a fazer mais com menos. Anos de contenção retardaram o avanço de TI no País, mas a Transformação Digital se tornou um imperativo para o mundo dos negócios. Desenvolver e manter criatividade extrema, com foco e disciplina igualmente extremos, são grandes desafios para os CIOs (Chief Information Officer) para os próximos anos.

Com base nessas constatações, o Gartner indica seis recomendações para os CIOs brasileiros evoluírem e se posicionarem como líderes de negócios:

1) Impulsione os líderes de negócios a se envolverem com Transformação Digital por meio de um programa de educação – A Transformação Digital é uma realidade inevitável. Novos modelos de negócios digitais estão redefinindo radicalmente a competitividade global. Enquanto as empresas de todo o mundo aceleram o ritmo para entregar e dimensionar negócios digitais, o que vemos no Brasil é um avanço ainda lento em direção a essa nova realidade. Assuma o desafio, conscientizando sua organização de que o movimento em direção aos negócios digitais não pode ser adiado. Exerça o papel de liderança ao incentivar as equipes a não apenas se envolverem, mas também assumirem uma posição de liderança em um programa de Transformação Digital e seja você o orquestrador desse programa. Ajude a organização a definir o alcance de sua “ambição digital” e trate a Transformação Digital em termos de negócios (custos, riscos e valor de negócio), concentrando na definição de uma visão e dos resultados de negócios esperados.

2) Lance um programa de novas tecnologias com base em valor, focado nos negócios e sem melindres, aproveitando e engajando todo o talento da organização de TI – Os CIOs brasileiros identificaram adequadamente os diferenciadores tecnológicos e as principais tecnologias que impactarão positivamente os negócios. Metas de investimento em tecnologia são claras, mas provavelmente não serão cumpridas em 2018. Enquanto outras regiões geográficas continuam avançando, o Brasil hoje não é mais o líder em TI na América Latina e está bem atrás na comparação mundial. É preciso perspicácia comercial, criatividade tecnológica e liderança empresarial para seguir em frente. Inicie dois programas. Um programa permanente de otimização de custos; aproveite todo os talentos da organização para lançar um programa de novas tecnologias alinhado, integrado e coordenado de acordo com os objetivos de negócios; e negocie para que o valor liberado no primeiro programa seja investido no segundo.

3) Adote uma perspectiva de liderança de negócios para gerenciar o orçamento de TI, reequilibrando gastos e investimentos para otimizar o valor dos negócios –  A competitividade global é essencialmente baseada na tecnologia. Pesquisas indicam que 67% dos líderes empresariais consideram urgente a transformação dos negócios para modelos digitais e 77% das prioridades executivas de novas iniciativas dependem muito de TI. Após uma sequência de anos econômicos sombrios, os CIOs brasileiros ainda estão em fase de renovação de suas fundações tecnológicas, preparando-se para a Transformação Digital, com pesados desafios legados a serem superados. Diante disso, é preciso adotar uma perspectiva de liderança empresarial para gerenciar o orçamento de TI, reequilibrando gastos e investimentos com foco e disciplina. Convença a alta administração de que, embora CIOs orquestrem programas de otimização de custos em toda a empresa, eles precisam promover, paralelamente, o programa de Transformação Digital da organização.

4) Lidere de forma que a organização de TI esteja continuamente alinhada, integrada e coordenada de acordo com a Transformação Digital, por meio de um programa de mudança cultural – No Brasil e na América Latina, as estruturas organizacionais são menos formais e restritivas, e os CIOs já possuem mais acesso e condições de desenvolver um relacionamento com a alta administração. No caso brasileiro, quase 80% dos líderes entrevistados são membros de conselhos executivos. No entanto, esses profissionais ainda não estão se movendo rápido o suficiente na implementação de um programa que considera a Transformação Digital. Para mudar esse cenário, lance um programa para evoluir a organização de TI. Iniciativas organizacionais como TI bimodal, DevOps, serviços compartilhados e gerenciamento de fornecedores externos estão amadurecendo em todo o mundo. Avalie como essas iniciativas se encaixariam em seu plano de evolução organizacional e, eventualmente, adote-as. Em qualquer organização – especialmente uma em transição – acompanhe cuidadosamente e continuamente todas as peças em movimento, monitore o progresso e ajuste conforme apropriado. Mais do que nunca, conte com três ferramentas-chave de gerenciamento para apoiar a liderança de seus programas: planejamento estratégico, arquitetura e governança.

5) Amplie o escopo para recrutar talentos não tradicionais, use a criatividade para explorar diferentes caminhos de aquisição de talentos e melhore a experiência digital dos funcionários – Inevitável, a Transformação Digital é impulsionada por colaboradores com diferentes perfis pessoais e profissionais. Em paralelo a um roteiro de transformação, desenvolva estratégias para avaliar a natureza e a quantidade de talentos que impulsionarão as mudanças. Amplie o escopo de perfis profissionais para recrutar talentos não tradicionais, incluindo especialistas em outros domínios, como gerenciamento de informações digitais, psicologia do cliente e especialistas em colaboração. Abrace a perspectiva de que o digital é uma iniciativa de toda a empresa e melhore a experiência dos funcionários. Transforme o local de trabalho para que todos os funcionários conheçam em primeira mão e participem ativamente da Transformação Digital. Concentre-se em talentos com perfis pessoais e profissionais digitais e redefina as práticas para recrutar novos colaboradores. Use a criatividade e explore diferentes caminhos para obter os talentos necessários, como compartilhamento, crowdsourcing, leasing e outros.

6) Elabore um programa para evoluir o papel do CIO, de forma a se tornar um líder de negócios com um foco de relacionamento, baseado em extrema criatividade, execução e disciplina – A evolução e a maturidade do trabalho do CIO são complexas e específicas para cada organização e para cada perfil de executivo. Se adicionarmos Transformação Digital ao quadro, trazemos a influência de outras variáveis menos previsíveis ainda. As iniciativas de liderança são de especial importância nesse caminho de evolução. Assuma a responsabilidade de promover TI para apoiar a transformação dos negócios em modelos digitais. Nesse complexo cenário, a criatividade por si só traz um risco de dispersão dos esforços. Faça uso de três importantes ferramentas de gerenciamento: planejamento estratégico, arquitetura e governança. Empregue práticas de planejamento estratégico como uma atividade de gerenciamento contínuo, monitorando o ambiente e ajustando os planos. Utilize a arquitetura como uma ferramenta para monitorar continuamente as tecnologias e ajustar o caminho de evolução (roadmap) de recursos. Use a governança para trazer líderes empresariais para ajudar a direcionar os recursos tecnológicos para os objetivos planejados dos negócios – assumir a responsabilidade por isso é fundamental. Prossiga com extrema criatividade, foco e disciplina.

Em meio a um ambiente de mudança e de incertezas políticas e econômicas, as empresas brasileiras estão tendo que lutar para equilibrar as contas e sobreviver até a chegada de ventos mais favoráveis que conduzam a um novo período de crescimento. Felizmente, a expectativa é ter o começo de um novo ciclo de desenvolvimento dos negócios a partir de 2019 – qualquer que sejam os resultados das eleições. Fica o desafio para executivos e CIOs para usarem esse momento para planejar a Transformação Digital de seus modelos de negócios, promovendo mudanças estratégicas em suas empresas rumo a um novo ciclo de crescimento.

Cassio Dreyfuss, vice-presidente de Pesquisas do Gartner e palestrante do Gartner Symposium.

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