Mercado de carros conectados depende de integração entre fabricantes e empresas de telecom

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O mercado de carros autônomos ainda parece distante, mas nem tanto. Carros com algum nível de inteligência e conectividade já são comuns no mercado. O primeiro passo é justamente a integração dos veículos aos smartphones dos usuários e às redes de telecomunicações. No último dia da Futurecom 2015, realizada esta semana, em São Paulo, este foi um dos temas em destaque.

Para Alexandre Abreu, gerente de tecnologia da Fiat Chrysler Automobiles, o conteúdo eletrônico no automóvel está aumentando de maneira logarítmica, e é natural que a conectividade também venha junto com esse aumento. Ele lembra que um automóvel barato, como o Uno, tem 17 centrais eletrônicas, número que chega a 41 em veículos de alta gama, como o Renegade. "Tudo isso pode ser, potencialmente, conectado ao smartphone e é necessário fazer essa integração". Para ele, é importante que smartphones e apps estejam preparados para essa conectividade. "Se vamos deixar o celular como janela de entrada do carro, é preciso ter regras. E mais do que informações de software, é necsssário firewall em hardware monitorando todo o que acontece, porque os hackers vão tentar entrar", disse ele, ressaltando a dificuldade de integração e a necessidade de segurança.

Para ele, a comunicação V2V (entre veículos) também é uma realidade a médio prazo, mas muita coisa vai ter que acontecer antes. "Certamente o V2V terá que vir em plataformas abertas". Ele lembra que com o fim da Portaria 245 do Contran, que previa a instalação de dispositivos de rastreamento nos veículos, criou-se um vácuo que precisará ser ocupado com alguma outra padronização de conectividade.

Fabrício Biondo, diretor de marketing da PSA/Peugeot Citroën, sem conectividade não existe carro autônomo. "E achamos que a conectividade tem que ser feita pelo celular. Mas tudo isso gera muita informação e as empresas de telecomunicacções precisam estar preparadas. A questão de segurança é crítica e é importante que nem todas as funções do carro sejam controladas de maneira conectada". Ele concorda com a necessidade de padronização e acha necessário que os dois setores busquem uma auto-regulamentação.

Pablo Larrieux, diretor de IoT e inovação da Telefonica/Vivo, as teles têm experiência em conectar mais de 100 milhões de usuários e estão preparadas para conectar veículos. "As evoluções de tecnologia tendem a replicar o que veio antes". Sobre os problemas de segurança e padronização, ele lembra que essa é uma dificuldade para todo o mercado de Internet das Coisas e M2M, e que a indústria automotiva se beneficiará dos avanços em outros setores.

Para Samuel Russell, diretor de novos negócios e desenvolvimento da GM, acredita que a indústria automobilística e a de telecomunicações se unem pela mobilidade, e que a grande oportunidade está em descobrir como tirar proveito do período em que o usuários está se deslocando em um veículo. Ele acredita, contudo, que nem toda a conectividade se dará pelo celular e que boa parte das funções exigirão uma conexão do próprio veículo.

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