Consultoria propõe duas formas de dividir o mercado de wearables

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Conforme cresce o mercado de acessórios conectados de vestir, ou wearable devices, surgem novas formas de segmentá-lo para se poder estudá-lo. Esse é um esforço constante realizado por consultores e analistas. O IDC, em relatório divulgado nesta semana, propõe duas formas de divisão desse mercado. A primeira é entre acessórios "inteligentes", que seriam aqueles capazes de interagir com aplicativos de terceiros, como os relógios da Samsung, da Motorola e da Apple, e acessórios "básicos", que dialogam com um único app do seu fabricante, como a maioria das pulseiras conectadas de hoje em dia. A outra divisão é por tipo de aparelho, independentemente de serem "inteligentes" ou não. Neste caso, o IDC divide os wearables em seis categorias: 1) acessórios para o pulso, como relógios e pulseiras; 2) roupas; 3) óculos; 4) brincos; 5) acessórios modulares, presos ao corpo por um clipe; 6) outros.

O IDC prevê que em 2015 serão vendidos 45,7 milhões de wearable devices no mundo, o que representará um crescimento de 133,4% em comparação com o ano passado, quando foram computadas 19,6 milhões de unidades. Em 2019, serão 126,1 milhões, o que corresponderá a um crescimento médio anual de 45,1%.

Na divisão entre acessórios inteligentes e básicos, o primeiro grupo experimentará uma explosão de vendas este ano, com crescimento de 511%, passando de 4,2 milhões para 25,7 milhões. O principal fator será o lançamento do Apple Watch da Apple. Os acessórios básicos, que eram maioria em 2014, representarão menos da metade das vendas em 2015, mas seguirão crescendo em volume, passando de 15,4 milhões para 20 milhões, o que representará um aumento de 30%.

Na divisão por tipo de produto, a categoria de acessórios para vestir no pulso vai liderar com folga até 2019.  No ano passado, essa categoria respondeu por 90,4% do total. Em 2015, será 89%. E em 2019, 80,4%. A segunda principal categoria é a de acessórios modulares, que é como o IDC chama aqueles que são presos em qualquer parte do corpo com um clipe. Estes devem responder por 8,6% das vendas este ano e por 5,3% em 2019. Veja abaixo a tabela completa divulgada pelo IDC.

Análise

Ainda é cedo para saber que tipo de classificação será mais comumente usada no estudo do mercado de wearables. Trata-se de um segmento tão novo que a qualquer momento pode surgir um produto que rearrume as divisões existentes.

Vale lembrar como aconteceu no mercado de handsets. Primeiro, eram apenas celulares. Depois, foram divididos entre celulares analógicos e digitais. Mais tarde, entre 2G e 3G. E depois, entre feature phones e smartphones. A definição de smartphone, aliás, foi controversa por vários anos. Alguns analistas chamavam de smartphone qualquer modelo capaz de acessar a Internet. Outros, somente aqueles que permitiam ao usuário instalar e desinstalar aplicativos livremente – definição esta que acabou se consolidando como a mais aceita. Recentemente surgiram os "phablets", como uma subdivisão dos smartphones, a partir do seu tamanho de tela.

No fundo, nenhuma classificação é perfeita, mas são necessárias no exercício de compreender e de comunicar melhor o mercado estudado. A validade ou não de cada uma será conhecida conforme vão sendo adotadas e se popularizando junto ao próprio público e entre os especialistas.

Categoria de wearable Unidades distribuídas ao varejo mundial em 2014 Participação Unidades distribuídas ao varejo mundial em 2015 Participação Unidades distribuídas ao varejo mundial em 2019 Participação
Para vestir no pulso 17,7 milhões 90,4% 40,7 milhões 89,2% 101,4 milhões 80,4%
Modulares 1,6 milhão 8,3% 2,6 milhões 5,7% 6,7 milhões 5,3%
Roupas 0 0,1% 0,2 milhão 0,4% 5,6 milhões 4,5%
Óculos 0,1 milhão 0,3% 1 milhão 2,2% 4,5 milhões 3,5%
Brincos 0 0% 0,1 milhão 0,1% 0,6 milhão 0,5%
Outros 0,2 milhão 0,9% 1,1 milhão 2,4% 7,3 milhões 5,8%
Total 19,6 milhões 100% 45,7milhões 100% 126,1 milhões 100%

Fonte: IDC

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