O mercado brasileiro de comunicação máquina a máquina (M2M) deverá crescer de US$ 121 milhões em 2015 para US$ 258,8 milhões em 2021, de acordo com estudo realizado pela Frost & Sullivan, divulgado nesta quarta-feira, 31. Segundo a empresa de consultoria e pesquisas, se confirmada, a cifra representará uma taxa de crescimento médio anual composto (CAGR, na sigla em inglês) de 13,5%. Grande parte desse montante deverá ser proveniente dos gastos dos segmentos financeiro e automotivo, que deverão representar 77,2% da base M2M ao fim do período.
O levantamento estima que aplicações tradicionais como máquinas de cartão point of sale (PoS) e gestão e rastreamento de frotas continuarão dominando o mercado brasileiro de M2M no médio prazo. O relatório observa que as operadoras móveis estão buscando expandir seu portfólio de serviços M2M com aplicações mais voltadas ao varejo, como carros conectados, personal care e casas conectadas. "Esse tipo de solução verticalizada e convergente, integrando serviços fixos e móveis, devem representar cerca de 35% das receitas globais das operadoras de telecomunicações até 2018."
O documento também cita que as teles estão expandindo suas ofertas de M2M para novas verticais, como indústria e agricultura, que têm o potencial de gerar maior receita média por linha (ARPL, na sigla em inglês), por meio de aplicações de automação avançadas.
A Frost & Sullivan destaca ainda o papel de operadoras virtuais (MVNOs) para o segmento e critica o impacto do regulatório no desenvolvimento do setor, "especialmente em verticais como energia". "As operadoras precisam ofertar soluções completas, integrando o M2M ao seu portfólio de soluções B2B para capturar o real valor que o serviço representa para seus clientes", afirma Georgia Jordan, analista de indústria da equipe de transformação digital da Frost & Sullivan. "As empresas também devem alavancar parcerias com provedores de soluções de nicho para melhor monetizar soluções fim a fim de M2M."
Outro aspecto observado pelo relatório é que, ao mesmo tempo, iniciativas regulatórias têm impacto significativo no desenvolvimento do mercado de M2M no Brasil, especialmente em verticais como energia. "Embora a lei que exigia o uso de rastreadores conectados em todos os novos veículos foi revogada em 2015, ainda está em discussão outra proposta de lei que prevê a substituição de todos os medidores de energia elétrica do país por medidores inteligentes, o que deve impulsionar a demanda por M2M no setor de energia", cita o documento.
O mercado brasileiro de M2M também foi beneficiado pela isenção parcial de taxas do Fistel, embora este tenha sido limitado a aplicações sem interação humana, o que restringiu sua abrangência e excluiu a principal aplicação do mercado, de terminais PoS. As operadoras estão buscando ampliar o benefício para todos os acessos M2M, o que ajudaria a melhorar as margens do serviço, atualmente muito baixas devido à sua comoditização.