Big data levanta discussões sobre privacidade de informações pessoais

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O fenômeno big data, ou "grandes informações", já dá margem a inúmeras discussões envolvendo a privacidade de usuários de sites e serviços da internet. Com a prática cada vez mais disseminada de coleta de informações pessoais e o compartilhamento destas com anunciantes, empresas e até mesmo com governos, sem o consentimento desses usuários, o debate para conter os abusos deve ganhar dimensão a partir de agora, segundo especialistas.

Atualmente, praticamente todas as empresas de internet exigem que os usuários se cadastrem usando o nome real. Isso é parte da estratégia  para obter informações pessoais, o que não era obrigatório no passado, ressaltou o postmaster do Twitter, Josh Aberant, durante painel no World Internet Developer Summit, realizado em Hong Kong na semana passada. Endereços de e-mail, lista de amigos, localizações, entre outras informações, estão sendo constantemente rastreados, vendidos e analisados graças às infraestrutura de nuvem que permitem às empresas armazenarem quantidades enormes de dados pessoais.

Aberant defende que as empresas de tecnologia aumentem a transparência sobre essas questões, mas vê uma mudança lenta na forma como comunicam sobre a coleta e uso de dados. A política de privacidade, diz ele, ainda usa, em grande parte, termos de página do serviço em "juridiquês", mas já existe "um movimento para a utilização de dados contextuais". "Se uma empresa está monitorando o transporte, por exemplo, deveria dizer que está rastreando sua bicicleta, enquanto a estiver usando", disse Aberant ao The Wall Street Journal.

Todos os participantes do painel defenderem que os desenvolvedores precisam desempenhar um papel mais importante na proteção da privacidade com a criação de ferramentas que permitem aos usuários visualizar e facilmente reconfigurar políticas de dados de empresas. Mas até mesmo os desenvolvedores mais bem-intencionados nem sempre pode compreender plenamente as implicações de armazenamento de dados.

"O que você pode fazer com os dados de hoje é diferente do que você poderá fazer com os dados daqui a dois anos, quando ele ainda estará armazenado, o que é algo que eu acho que os usuários não entendem", disse Aberant. "Mas todos devem ter em mente que as informações armazenadas em redes sociais podem ser usadas pelos governos para rastrear o comportamento e a ideologia das pessoas."

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