Lucro da Microsoft com operações offshore supera a casa de US$ 100 bi no primeiro semestre

0

O lucro da Microsoft com as operações que mantém no exterior, boa parte delas sediadas em países com baixa tributação, subiu 17% neste ano na comparação com os primeiros seis meses de 2014, para US$ 108 bilhões. Com isso, a fabricante de software se tornou a segunda companhia norte-amerticana, atrás apenas da General Electric, a ultrapassar a marca dos US$ 100 bilhões.

Embora a Apple tenha mais dinheiro no exterior do que Microsoft, numa simulação feita para fins contábeis a empresa verificou que pagaria uma taxa de imposto elevada sobre alguns estoques, portanto, os US$ 70 bilhões que mantém no exterior afetariam fortemente seus lucros, caso fossem repatriados.

O que está impedindo a Microsoft de repatriar o dinheiro que mantém no exterior é o código tributário dos EUA. Para trazer o dinheiro para casa, a empresa seria obrigada a pagar uma diferença entre seu imposto estrangeiro e a taxa de imposto para sociedades anônimas, que nos EUA é de 35%.

Por exemplo, para repatriar os US$ 108,3 bilhões, a Microsoft teria de pagar US$ 34,5 bilhões em impostos. Isso equivale a uma taxa de 31,9%, o que sugere que a empresa pagou em torno de 3,1% de impostos sobre o rendimento estrangeiro, por causa da baixa tributação em países como Irlanda, Cingapura e Porto Rico.

A Microsoft já vem travando uma intensa batalha com a Internal Revenue Service (IRS) — a Receita Federal dos EUA — envolvendo os valores de transferência da empresa, as chamadas transações intracompany. O governo federal está auditando os lucros obtidos pela empresa no exterior, desde 2004.

Pela lei atual, as empresas americanas devem pagar uma taxa total de 35% sobre os lucros obtidos ao redor do mundo, mas elas não precisam recolher o imposto até que o dinheiro seja repatriado. Isso incentiva as empresas a manter seus lucros no exterior.

Um estudo da Bloomberg News, com base no arquivamento de títulos de 304 empresas, mostra que as companhias norte-americanas tinham mais de US$ 2 trilhões fora dos EUA no início deste ano.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.