HP afirma que ex-executivos sabiam que Autonomy estava à 'beira da falência'

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A revelação da existência de e-mail de um ex-diretor financeiro da fabricante de software britânica Autonomy deve colocar mais água na fervura do caso, que já se arrasta desde 2011 por conta das suspeitas de fraude contábil que resultou em uma perda de US$ 8,8 bilhões para a HP, que adquiriu a empresa em 2011 por cerca de US$ 12 bilhões. O e-mail sugere que a Autonomy estava à "beira da falência" e prestes a pedir concordata no final de 2010, de acordo com ação judicial movida nos EUA pela HP.

O texto da mensagem — que descreve "faixas de repetições, sem nada a ser feito" — é um dos vários entregues ao Tribunal Distrital de San Francisco, na Califórnia, pela HP na quinta-feira, 4, à noite, para embasar seus argumentos de que ex-executivos da Autonomy, incluindo o presidente-executivo Michael Lynch, promoveram manipulações contábeis, distorções e falhas de divulgação que inflaram o valor da empresa e resultaram no prejuízo à HP. A fabricante americana calcula em mais de US$ 5 bilhões a fraudes contábeis e financeiras de executivos da Autonomy.

No mês passado, depois de o juiz do Tribunal de San Francisco, Charles R. Breyer, ter rejeitado um acordo firmado entre a HP e acionistas para resolver a ação judicial sobre a fracassada aquisição da Autonomy, o advogado da fabricante americana, Marc Wolinsky, revelou que a empresa também pretende processar a unidade britânica da Deloitte sobre o seu papel na área de auditoria.

Os documentos judiciais apresentados pelo advogado de HP trazem a público elementos-chave contra Lynch, fundador da Autonomy, e Sushovan Hussain, seu diretor financeiro, além de outros executivos. E é entre esses documentos que está o e-mail enviado por Hussain a Lynch, à 1h19 da madrugada de 10 de dezembro de 2010, três semanas antes do encerramento do ano fiscal da Autonomy. Ele começa assim a mensagem: "Realmente não sei o que fazer Mike. Como eu imaginei a receita caiu completamente".

Intitulado "ídolo americano", o e-mail se refere a que, até então, era uma das linhas de negócios da empresa de maior crescimento nos EUA ­— o seu software de busca —, onde estava metade de sua força de trabalho.

O e-mail continua: "Nós cobrimos com o BofA, e espero db e Doi, mas se estes dois últimos não acontecerem isso é totalmente ruim. Existem faixas de repetições sem nada a ser feito, talvez perseguir ofertas imaginárias". A referência ao BofA é o Bank of America Merrill Lynch, um dos maiores clientes da Autonomy. Os outros dois clientes mencionados não são conhecidos.

A mensagem também detalha como chefes de divisão da Autonomy estão mantendo "balancetes" separados para contabilizar vendas [inexistentes]. "Eu acho que eles mantêm folhas separadas e se não estou errado v não discute os balancetes, portanto, eles não sabem sobre acidentes de avião." O e-mail termina com um apelo: "Então é necessária uma ação radical, muito radical, não podemos esperar mais Onde quer que eu olhe para nós, ídolo [sic], é ruim." A ação radical, afirma a HP em sua apresentação, era "vender a empresa", em última análise, para a HP.

A apresentação fez parte do pedido de aprovação da proposta de acordo firmado entre a HP e acionistas para resolver a ação judicial em decorrência da aquisição da Autonomy pela fabricante. Mas Hussain contesta que a empresa estive mal das pernas e pede que a HP divulgue os documentos que comprovariam suas alegações. Com informações de agências de notícias internacionais.

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