Foco da Nextel após aportes será no refarming da faixa de 800 MHz e expansão da cobertura LTE

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A estratégia para a Nextel no Brasil após a chegada da norueguesa AINMT ainda não está fechada, mas envolve expansão de cobertura com o foco em dados e eventual refarming da faixa de 800 MHz, atualmente utilizada para a base de rádio (iDEN). "Falamos com a Anatel, eles apoiaram e entendem que esse espectro tem valor para a gente após o iDEN; temos conversado com JD (Fouchard, CEO da AINMT) sobre o uso potencial e estamos trabalhando com a agência para criar um caminho", declarou o CEO da atual controladora Nii Holdings, Steve Shindler, durante teleconferência sobre a transação.

Representantes da Nextel no Brasil deveria ter se reunido com a Anatel na semana passada para tratar do assunto, mas o adiantamento das conversas com a companhia escandinava fez com que o encontro com a agência fosse adiado para até dois meses. "Mas achamos que vamos ter essa conversão para o nosso negócio (fechada) em 30 ou 60 dias com um preço que achamos que será justo", espera Shindler.

Enquanto não há certeza sobre a expansão da cobertura 3G e LTE para além de Rio de Janeiro e São Paulo, a operação paulista em 4G com a faixa de 1,8 GHz é a que mais está no foco atual da operadora. Iniciada no final do ano passado, atualmente a tecnologia representa cerca de um terço dos sites da Nextel. De acordo com Shindler, com a injeção de capital é esperado que essa proporção chegue a 70%. "É muito empolgante para nós que tenhamos assegurado o 1,8 GHz em São Paulo, isso traz oportunidade de construir investimento, é uma configuração muito similar a nossa operação na Noruega (por meio da operadora Ice)", declarou JD Fouchard, da AINMT.

O acordo de roaming com a Vivo deverá ser mantido. Segundo a Nii, é necessário a aprovação da Telefônica para manter a parceria após a transferência de controle, mas é esperado que isso prossiga sem maiores problemas. "Achamos que isso é bom para eles e para nós, pode gerar receita e lucro para ambos. Usamos a rede deles para expandir cobertura e, quando usamos, eles fazem dinheiro com a gente", responde o CFO da controladora norte-americana, Daniel Freiman.

Incertezas

Muitas decisões sobre a estratégia no País ainda serão tomadas após o sinal verde para o recebimento do aporte da AINMT. Os executivos não quiseram comentar se ainda manterão o foco no pós-pago como é feito atualmente, por exemplo. A questão é que, além de ser necessário ainda aprovações para o avanço em duas fases dos investimentos, a própria situação política no Brasil traz incertezas na hora de adiantar planos operacionais. "Tem muita coisa a ser decidida nos próximos dias com o (presidente Michel) Temer e todas as reformas do governo, e acho que isso é essencial para a estrutura do mercado em longo prazo, então vamos ver essa questão", declarou Steve Shindler.

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