Fujitsu negocia a venda de sua unidade de computadores pessoais para a Lenovo

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A Fujitsu disse nesta quinta-feira, 6, que está em negociações com a Lenovo para vender sua unidade de computadores pessoais. A fabricante tem tentado se desfazer ou separar os negócios menos rentáveis para melhorar a rentabilidade. O anúncio da tratativas com a companhia chinesa fez com que as ações da Fujitsu fechassem o pregão na Bolsa de Tóquio em alta de 5,7% nesta quinta, numa clara sinalização dos investidores aprovam a intenção da empresa de se desvencilhar de uma unidade deficitária.

Dados da IDC apontam que a Lenovo foi responsável por 21,1% das remessas globais de PCs no segundo trimestre deste ano, seguida da HP Inc., com 20,7% do embarques, enquanto a Fujitsu ficou muito atrás, em nono lugar, com uma participação nas vendas de apenas 1,1%.

A Lenovo já adquiriu o negócio de PC de outra ex-gigante japonesa, a NEC Corp., em 2011, e a divisão de computadores da IBM, em 2005.

Uma pessoa próxima às negociações disse que o acordo Lenovo-Fujitsu poderá ser estruturado de forma semelhante ao negócio com NEC. A fabricante chinesa compraria a maioria das subsidiárias de PCs da Fujitsu, que foi desmembrada em fevereiro, e gerenciaria o negócio com a companhia japonesa mantendo uma participação minoritária, disse a fonte ao The Wall Street Journal.

Em comunicado, embora não confirme o negócio, a Fujitsu disse, porém, que está considerando várias opções para a unidade de PCs, "incluindo um possível acordo com a Lenovo".

O mercado global de PCs tem enfrentado forte retração à medida que mais consumidores usam smartphones e tablets para acesso à internet e se comunicarem. As remessas de PC mundiais deverão diminuir ainda mais neste ano, para 256 milhões de unidades, número 30% inferior ao embarcado cinco anos antes, segundo a IDC.

Como estratégia para retomada da rentabilidade, os fabricantes de PCs que permanecem no mercado têm procurado reduzir custos e diversificar. A Lenovo, por exemplo, comprou a Motorola Mobility em 2014 para expandir a sua presença no segmento móvel, mas o seu negócio de smartphones desde então tem lutado para sobreviver.

A NEC, Fujitsu e outros fabricantes japoneses obtiveram forte impulso no mercado global na década de 1990, aproveitando-se do que era então um mercado interno em rápido crescimento. Mas essa expansão desapareceu há muito tempo em meio a concorrência de marcas chinesas menos caros.

O CEO da Fujitsu, Tatsuya Tanaka, tem sofrido grande pressão dos investidores para melhorar a rentabilidade e enxugar suas operações, e se concentrar na área de serviços corporativos, que proporcionam maior margem, como para bancos, ou no fornecimento de dados para ajudar, por exemplo, agricultores a cultivarem de forma mais eficiente.

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