Governo e Qualcomm fazem acordo para testar tecnologia de produção de smartphones no Brasil

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O governo federal assinou nesta quinta-feira, 8, dois memorandos de entendimento, não exclusivos e não obrigatórios, com a fabricante americana de chips para dispositivos móveis Qualcomm. O acordo, assinado com os Ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e das Comunicações, tem como objetivo fomentar a indústria de semicondutores, smartphones e tablets no Brasil, além de promover o emprego qualificado, o conhecimento de alta tecnologia e a criação dos "ecossistemas" associados de componentes e fornecedores.

O primeiro memorando assinado visa fomentar a adoção por brasileiros de dispositivos móveis, como smartphones e tablets. Estes dispositivos podem ser utilizados para aumentar a inclusão digital no Brasil, e estimular a demanda por semicondutores de alto desempenho. A intenção é incentivar a inclusão digital por meio do desenvolvimento de desenhos de referência de smartphones, com vistas ao aumento na oferta de dispositivos móveis acessíveis e prontos para acesso à banda larga no país.

O outro memorando tem a intenção de aumentar a exposição da indústria brasileira de smartphones a mais recente tecnologia, além de conduzir a validação de um processo de fabricação de tecnologia avançada e de pacotes avançados para smartphones em colaboração com fabricantes brasileiros. Uma nova tecnologia para produção de smartphones será testada e validada por indústrias instaladas no país.

A tecnologia, que pode ter impacto sobre tamanho, desempenho, velocidade e custo de fabricação dos aparelhos, deve chegar ao mercado entre o fim deste ano e o início do próximo. A Qualcomm se compromete a fazer a transferência de tecnologia às companhias brasileiras.

"Terá transferência de tecnologia do ponto de vista do projeto, de linhas de produção e montagem e de validação comercial. A ideia é que a produção se dê este ano no Brasil. O primeiro ganho é a experiência que [a indústria brasileira obterá]. A validação sendo positiva, o Brasil sai na frente dos outros países nas exportações desse produto", disse Ricardo Schaefer, secretário executivo do MDIC. Segundo ele, duas empresas com sede no Brasil devem participar do processo, mas os nomes não foram revelados.

"Estamos gratos pela oportunidade de dialogar com o governo brasileiro sobre seus esforços para fortalecera indústria de alta tecnologia por meio da participação na cadeia de valor de semicondutores, e pela oportunidade de facilitar ainda mais a adoção de smartphones e de outros dispositivos móveis como meio de prover acesso universal à internet no Brasil," disse Peggy Johnson, vice-presidente executiva e presidente de desenvolvimento de mercados globais da Qualcomm.

Além dos testes e da validação de tecnologia, a empresa americana acertou com o governo brasileiro a participação em um grupo de trabalho que pesquisará estratégias para a inserção do Brasil no mercado de semicondutores. "Nos últimos anos, o Brasil conseguiu criar um pequeno ecossistema de semicondutores. Temos vários investimentos no país na produção de chips. Agora vamos dar um salto de qualidade nesse trabalho", destacou o secretário-executivo do MDIC.

Segundo Schaefer, o mercado movimentará US$ 351 bilhões em 2014. No entanto, segundo o governo, a balança comercial brasileira é deficitária em US$ 25 bilhões em microeletrônicos, dos quais de US$ 11 bilhões a US$ 12 bilhões dizem respeito a semicondutores. "O smartphone hoje é o grande instrumento de inclusão digital. Se não trabalharmos nesses componentes, vamos gerar déficit na balança maior do que nós temos anualmente", finalizou.

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