A juíza Lucy Koh, do Tribunal Distrital da Califórnia, rejeitou nesta sexta-feira, 8, o acordo feito por Apple, Google, Intel e Adobe, por meio do qual se comprometiam a pagar cerca de US$ 324 milhões, para pôr fim a uma ação judicial coletiva na qual são acusadas de ter feito um acerto por debaixo dos panos para não contratar funcionários uma da outra. Alguns dos trabalhadores disseram à juíza que se opuseram ao acordo proposto pelas empresas.
Em seu despacho, a magistrada diz que o acordo proposto [pelas empresas] "está abaixo da faixa de razoabilidade". A decisão representa uma dura reviravolta para as empresas, que poderão ter de desembolsar uma quantia bilionária para por fim a ação judicial coletiva movida em 2011 por dezenas de milhares de trabalhadores de tecnologia de empresas do Vale do Silício, na Califórnia. Em meados de julho, a juíza Lucy Koh já havia questionado o acordo durante uma audiência.
Os trabalhadores alegam que as empresas violaram a lei antitruste dos Estados Unidos, envolvendo-se em uma "conspiração", entre 2005 e 2009, para limitar seus salários e a busca de oportunidades melhores. Os advogados que representam os demandantes disseram que planejam pedir cerca de US$ 3 bilhões por danos, cifra que pode triplicar para US$ 9 bilhões se ficar compravada a violação da lei antitruste.
O caso ganhou as manchetes dos jornais por expor a troca de e-mails entre o fundador da Apple, Steve Jobs, e o ex-CEO do Google, Eric Schmidt, nos quais detalham as medidas para uma não roubar funcionário da outra.