Huawei e ZTE voltam a ser acusadas de espionagem nos EUA

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O Comitê de Inteligência dos Estados Unidos emitiu um relatório nesta segunda-feira, 8, advertindo que o governo e as empresas americanas devem evitar fazer negócios com as companhias chinesas Huawei Technologies e ZTE, fabricantes de equipamentos de telecomunicações e dispositivos móveis, pois representariam uma ameaça à segurança do país

De acordo com o The Wall Street Journal, no relatório consta a recomendação de que o governo americano não deve usar sistemas de computação que contenham componentes da Huawei e ZTE devido a riscos de espionagem. Aconselha também que o Comitê de Investimentos Estrangeiros do país bloqueie aquisições ou fusões realizadas pelas duas empresas e que empresas dos EUA procurem outros fabricantes para adquirir equipamentos de telecomunicações.

O Comitê de Inteligência alega ainda que as empresas chinesas não forneceram evidências satisfatórias para a investigação, como informações sobre acordos financeiros e de gestão. Solicitações que são contestadas pelas empresas, que veem isso como uma violação a dados estratégicos. Entretanto, o relatório conclui que a Huawei é uma provável beneficiada do governo chinês. Diante disso, o órgão pretende pedir ao Departamento de Justiça (DOJ) e ao Departamento de Segurança Interna o relatório de 52 páginas produzidos por eles que, embora não tragam provas de que os equipamentos das empresas têm sido usados para espionagem, afirmam que algumas empresas norte-americanas "têm experiências estranhas ou alertado incidentes" envolvendo equipamentos da Huawei ou da ZTE.

Durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hong Lei, disse que as empresas de telecomunicações chinesas "desenvolvem seus negócios internacionais de acordo com os princípios da economia de mercado”. E acrescentou: "Esperamos que o Congresso dos EUA respeite os fatos e faça mais para promover as relações econômicas China-EUA, e não o contrário".

A Huawei e a ZTE montaram uma grande campanha em Washington para acalmar os receios de influência do governo chinês em suas operações e têm a ambição de expandir sua participação nos Estados Unidos de forma significativa, abaixando preços e procurando novos clientes no país.

No mês passado, as companhias negaram as acusações de espionagem. A investigação já dura um ano e prossegue como parte de um amplo debate em Washington sobre o crescente poder político, comercial e econômico da China.

Fim da parceria ZTE-Cisco

A fabricante de equipamentos de redes Cisco cortou relações com a ZTE nesta segunda-feira após uma investigação interna revelar que a companhia chinesa vendeu equipamentos da Cisco para o Irã. A venda de produtos tecnológicos dos EUA ao país foi proibida pelo governo norte-americano, mas, de acordo com o jornal britânico Financial Times, aparentemente a ZTE vendeu os roteadores de internet da Cisco que controlam a Companhia de Telecomunicações do Irã (TCI, na sigla em inglês).

As empresas, bem como o Departamento de Comércio dos EUA, uma comissão do Congresso e o FBI, têm investigado a suspeita e o anúncio do fim da parceria entre as empresas saiu após o relatório do Comitê de Inteligência ter acusado a ZTE e a Huawei de espionagem.

A Cisco mantinha um acordo de distribuição com a ZTE nos últimos sete anos para revenda de equipamentos na Ásia, excluindo o Japão, e no Oriente Médio.

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