No futuro, biometria pode substituir cartões

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A biometria vem conquistando cada vez mais a confiança do povo brasileiro. Considerada um dos métodos mais seguros de identificação, já está sendo largamente utilizada em caixas eletrônicos, documentação, parques temáticos e urnas eletrônicas. Em pouco tempo, também o acesso aos transportes urbanos e hospitais contará com essa tecnologia que se baseia em características individuais.

Quando um paciente der entrada num pronto-atendimento hospitalar, por exemplo, suas impressões digitais permitirão que a equipe de atendimento tenha acesso a todo seu prontuário, tendo conhecimento imediato dos exames e tratamentos que já realizou, das vezes que deu entrada num hospital, bem como das doenças crônicas que possui e dos medicamentos que toma diariamente. Outro exemplo: além de movimentar a conta bancária nos caixas eletrônicos, os dedos também permitirão efetivar movimentações bancárias a partir do computador pessoal, ou até mesmo fazer compras em lojas, dispensando os inúmeros cartões e suas senhas individuais.

No futuro, inclusive, ao invés de carregar todos os cartões de débito, de crédito e de lojas, a pessoa poderá circular tranquila e simplesmente, porque seu dedo será o identificador de operações mais seguro contra roubos e fraudes. A imagem digital é uma ferramenta a mais (além de senhas e cartões) como medida de segurança.

É fato que a identificação biométrica, antes reservada para fichar criminosos ou realizar operações de fronteira, é uma facilidade que vem sendo cada vez mais explorada e ganhando mais adeptos rapidamente. Hoje, os caixas eletrônicos da maioria dos bancos já contam com sensores biométricos – com ênfase na tecnologia de imagem multiespectral, que oferece mais segurança, comodidade e interoperabilidade.

Para os beneficiários do Programa Bolsa Família, por exemplo, que utilizam o caixa eletrônico apenas uma vez por mês para resgatar o benefício, as vantagens são muitas. Por não estarem acostumados com a rotina, os correntistas frequentemente se esquecem das senhas de acesso ao sistema, levando os gerentes de banco a empregar um tempo considerável na solução desse tipo de problema e incrementando os custos operacionais do banco. Além de agilizar o atendimento ao cliente, nesses casos a biometria contribui para uma drástica redução de desperdício de tempo por parte dos agentes envolvidos. 

Ainda sobre a tecnologia de imagem multiespectral que vem sendo largamente adotada por bancos públicos e privados, ela oferece boa leitura da impressão digital já na primeira tentativa de uso, enxergando tanto a camada superficial da pele como uma segunda camada mais profunda, em que os vasos sanguíneos reproduzem o desenho exato da superfície do dedo. Para fazer a retirada do dinheiro, os clientes inserem o cartão bancário e colocam o dedo no leitor de impressões digitais, com toda comodidade. Nenhuma outra senha é necessária, nem treinamento, já que o procedimento foi totalmente facilitado. Num futuro próximo, estuda-se a possibilidade de dispensar também o uso do cartão de acesso.

Vale lembrar que as primeiras tentativas de se introduzir a biometria no Brasil não foram muito bem-sucedidas, ficando restritas a instâncias governamentais e a lugares supervisionados – para o caso de haver algum problema. Hoje, com a evolução da biometria, qualquer dedo pode ser identificado: sujo, molhado, ressecado ou desgastado. Além das impressões digitais, outros dispositivos biométricos incluem a palma da mão, os olhos, o rosto e a voz.

Aos poucos, as pessoas estão se acostumando com a tecnologia biométrica. Até mesmo no sistema eleitoral brasileiro – que é um dos mais desenvolvidos do mundo – a biometria vem sendo usada com sucesso. Nas eleições para prefeitos e vereadores deste ano, por exemplo, a tecnologia foi introduzida em 299 municípios. Com certeza, nas próximas eleições esse número será consideravelmente maior.

Conheça os tipos de biometria disponíveis no mercado:

 Impressões digitais. Não se trata apenas de borrar seus dedos de tinta para preencher as fichas de Receita Federal ou do DETRAN. Hoje a impressão digital é largamente usada no sistema financeiro, proporcionando mais segurança e comodidade aos clientes bancários. A tecnologia de imagem multiespectral resolveu um dos principais pontos críticos, identificando até mesmo dedos molhados, engordurados, desgastados pelo tempo ou pelo uso. Outra grande vantagem da tecnologia de impressão digital é a integração e a interoperabilidade de informações entre várias instâncias (federais, financeiras, saúde etc.).


 Voz. A autenticação de voz vem sendo utilizada principalmente para verificar a identidade do usuário via telefone, a baixos custos. Problemas como imitações ‘quase’ perfeitas da voz de outra pessoa, ou ainda o fato de que a voz muda com o passar do tempo, vêm recebendo atenção especial para evitar fraudes e falhas de identificação. O uso ainda é restrito no Brasil.


 Íris. A leitura da íris é considerada um método biométrico preciso. Porém, os custos ainda são proibitivos para uso em larga escala.


 Palma da mão. Assim como as digitais, essa tecnologia vem sendo utilizada em instituições bancárias. A falta de interoperabilidade é um problema, já que há poucas bases de dados no mundo com essa característica de identificação das veias da palma da mão.


 Rosto. O reconhecimento facial se baseia num padrão geométrico estabelecido a partir de um registro fotográfico de cada pessoa que leva em conta a distância entre os olhos e entre o nariz e a boca, entre outras medidas. Trata-se do recurso biométrico mais falível ao longo do tempo. Ainda há problemas relacionados à luz, bem como descaracterização devido ao uso de acessórios, acidentes, cirurgias plásticas radicais… Entretanto, trata-se de um método usado com sucesso nos Estados Unidos – nas instâncias governamentais e aplicações especiais.

Juan Carlos Tejedor é diretor comercial da Lumidigm para a América Latina

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