Abinee prepara proposta de política industrial para presidenciáveis em 2018

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A indústria eletroeletrônica quer entregar no ano que vem uma proposta de política industrial para o setor a partir de estudos com foco em novas tendências como Internet das Coisas (IoT) e Indústria 4.0. De acordo com o presidente da Abinee, Humberto Barbato, foi contratada uma consultoria que está entrevistando diretores da própria instituição, além de CEOs de empresas associadas para colher informações e insights sobre as demandas do setor. A ideia é que "até o mês de março tenhamos uma proposta de política que seria apresentada a todos os presidenciáveis e ao governo".

Segundo Barbato, o intuito é redesenhar toda uma política de desenvolvimento para modernizar a abordagem do governo para o setor. "Não gosto muito de usar o termo [política industrial], na realidade ele está sendo escrito com base nessas entrevistas, e é normal que a política tenha que ser revista a cada quatro ou cinco anos", justifica. "Estamos fazendo nova proposta em função da nova realidade com IoT e Indústria 4.0, e tentar aproveitar ao máximo os investimentos que já foram feitos", conta. Ele espera ter em mãos um documento bem elaborado para a apresentação aos candidatos, mas diz precisar ter "sensibilidade política para ter o timing certo".

Comércio exterior

Essa proposta não necessariamente estaria no contexto da denúncia da Organização Mundial do Comércio (OMC) contra sete programas de incentivo industrial do Brasil. Barbato diz não haver prazo para o painel da OMC pelo fato do assunto estar sub judice, uma vez que o País entrou com apelação. Além disso, considera haver um "caminhar natural do painel" com a troca de membros que atrapalharia o andamento do processo. "Mas o Itamaraty acompanha e, na medida do necessário, aumentamos ou diminuímos o ritmo."

De acordo com o presidente do conselho de administração da Abinee, Irineu Govêa, há ainda outros pleitos, como a defesa do Brasil contra proposta da União Europeia de não permitir o regime aduaneiro drawback (Lei nº 37, de 21/11/66) nas exportações na América do Sul. O mecanismo dá incentivo à produção de produtos exportáveis ao reduzir custos. "Tive com o ministro [das Relações Exteriores] Aloysio Nunes para falar sobre o tema", afirma. "A proposta da UE que não se use o drawback é impraticável, ninguém paga imposto para exportar mais imposto. A União Europeia está lutando pelos seus interesses, cabe a nós lutar pelo nosso."

Humberto Barbato diz que não só o drawback, mas as regras de origem de produtos são posicionamentos do setor ao governo como "aspectos inegociáveis". Ela afirma que a Abinee enviou na semana passada carta para "uma meia dúzia" de ministros para demonstrar a preocupação em relação às negociações com a União Europeia. (publicado pela primeira vez em Teletime)

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