Prefeitura de São Paulo regulamenta Uber e apps de carona solidária

1

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, assinou decreto nesta terça-feira, 10, que regulamenta a situação do transporte individual de passageiros em São Paulo, notadamente o Uber e outros aplicativos semelhantes. Em nota da secretaria executiva de comunicação, a administração municipal afirma que as novas regras "estão em sintonia com uma série de decisões judiciais e têm o sentido de ampliar, aprimorar e modernizar os meios para mobilidade urbana". A prefeitura nega que o texto beneficie o Uber em particular em detrimento dos táxis, explicando que o app é o único que está funcionando atualmente "por força de liminar judicial". A justificativa é que o decreto harmoniza o serviço com o dos táxis tradicionais, e que a nova modalidade estabelecerá a livre concorrência no setor, oferecendo mais opções aos cidadãos. "Estamos seguros de que o modelo é bom e protege a categoria dos taxistas", disse o prefeito Haddad em comunicado, assegurando que pretende manter o diálogo com a categoria de taxistas.

O decreto de seis capítulos e 41 artigos (leia aqui) será publicado na quarta-feira, 11, no Diário Oficial do Município. O texto trata da exploração da atividade econômica privada de transporte individual de passageiros (como o Uber), serviço de carona solidária (como o Bla Bla Car) e compartilhamento de veículos sem condutor (como o Zaz Car). As empresas dos aplicativos são chamados no decreto como "Operadoras de Tecnologia de Transporte Credenciadas" (OTTCs).

Será cobrado um preço por quilômetro rodado pelos serviços que forem remunerados – aqueles de carona solidária, por exemplo, estão isentos de pagamento porque neles os motoristas não obtêm lucro. O preço base será de R$ 0,10 por quilômetro. Mas esse valor pode ter variações de acordo com a demanda de mercado, avaliada pela prefeitura, e também de acordo com políticas para incentivar a presença de táxis em certas regiões da cidade, como a periferia, ou com certas características, como atender a critérios de acessibilidade ou ser dirigido por uma mulher.

Os apps serão obrigados a fornecer à prefeitura dados sobre todas as corridas realizadas, como origem e destino das viagens, mapa do trajeto, tempo de espera, preço cobrado, avaliação do serviço prestado e identificação do condutor, entre outros. A prefeitura fará a fiscalização completa do serviço por meio da criação do Comitê Municipal do Uso Viário (CMUV), que será composto por secretários municipais de Transportes, Finanças e Infraestrutura Urbana e pelo diretor-presidente da São Paulo Negócios. "Não haverá, desse modo, concorrência predatória", assegura.

As OTTCs serão livres para estipular a tarifa, desde que obedecido o valor máximo estabelecido pelo CMUV. Os apps deverão também fazer cálculo estimativo do valor final das corridas antes do início.

Exigências

A partir de agora, os motoristas do Uber e de apps similares passam a precisar atender a uma série de exigências. A principal delas é ter um cadastro junto à prefeitura. Esta deve limitar inicialmente a 5 mil "carros-equivalentes". O conceito de "carro-equivalente" leva em conta quantos quilômetros um taxista roda em média por dia. Uma fonte do mercado estima que pelo preço de R$ 0,10 por Km e considerando o conceito de carro-equivalente a prefeitura de São Paulo estaria preparada para cadastrar até 20 mil motoristas de apps como o Uber, isso porque eles rodam entre 50% e 75% menos tempo que os taxistas com licença.

Outras exigências dos motoristas de Uber afins são: ter carteira de habilitação para atividade remunerada, fazer um curso de formação (estabelecido pela própria prefeitura), ter um veículo com identificação, ter seguro que cubra acidades com passageiros, freio ABS e carro com até oito anos de fabricação. Será exigido ainda a utilização de aplicativos de mapas como o Waze para o acompanhamento do trajeto com informações do tráfego em tempo real.

Cota para mulheres

Como forma de incentivo à maior presença de motoristas mulheres, a prefeitura estipulou que uma quantidade mínima de uso de créditos seja destinada às condutoras: 5% a partir de 12 meses da publicação do decreto; 10% a partir de 18 meses; e 15% a partir de 24 meses.

Meios alternativos

Já os sistemas de carona solidária e de compartilhamento de veículos sem condutor não poderão ser exercidos por profissionais e nem ter fins lucrativos. Ainda assim, as empresas OTTCs poderão fazer a intermediação, fazendo pagamentos mensais ou anuais pelo credenciamento junto à prefeitura e podendo cobrar uma taxa de intermediação, pela qual recolherão impostos como ISS.

Em particular, o serviço sem condutor (locação de veículos em estacionamentos, vias e locais públicos) será exclusivo às OTTCs credenciadas, que deverão pagar outorgas pelo uso das vagas de estacionamento. O aplicativo desse serviço deverá cadastrar veículos e usuários.

Justificativas

A administração Haddad também já responde às críticas de taxistas, que chegaram a fazer protestos na cidade durante a tarde. "A regulação das novas tecnologias de transporte individual não prejudicará os táxis, na medida em que eles são, hoje, em número insuficiente para atender a demanda da população da cidade", diz a nota, citando pesquisa da 99 (antiga 99 táxis) de que 30% das chamadas fora do centro expandido não são atendidas, com índice caindo para 10% dentro dessa área. Declara ainda que São Paulo é uma das capitais do mundo com menor oferta de táxi por mil habitantes (3,2, contra 5,2 no Rio de Janeiro; 8,8 na Cidade do México; e 13,2 em Buenos Aires).

É esperada grande pressão por parte dos taxistas na Câmara dos Vereadores de São Paulo esta semana para que o decreto seja anulado. Portanto, este pode não ser ainda o último capítulo dessa história.

1 COMENTÁRIO

  1. muito me admiro um prefeito fazer tal coisa com os taxistas de sao paulo pois se falta táxi é só ele liberar mais alvarás para os motorista que já tem o curso e documentação para trabalhar e pronto.os taxistas já se modernizaram os demais aplicativos funcionam por que o uber não fez a mesma coisa. é muito dinheiro envolvido nisso.é realmente uma vergonha dizer que não vai prejudicar a categoria que esta a anos servindo. ai vem um aplicativo querendo fazer monopólio isso é brincadeira sr Hadade. o movimento hoje é de queda no total de 60% porque o país está em crise e junta esse tal uber comprando os governantes e vereadores e pronto como vamos continuar na praça vamos só trabalhar nas periferias a onde não temos segurança principalmente a noite e o sustento da família como fica a prestação do carro e manutenção o sr não paga nada disso né e nem anda a 50 por hora na madrugada vem trabalhar 12 a 14 horas hoje e leva para sua casa 100,00 livre vê se o sr sustenta a sua família e paga prestações com essa renda cai na real sr Hadade não é a opinião publica que esta pedindo o uber e sim poder do dinheiro que fala mais alto nesse pais que esta dando vergonha de ser brasileiro e ter que votar nesses corruptos que só pensa em fazer para si e não para o povo

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.