Ideiasnet compra sites para expandir portal voltado ao público feminino

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A Ideiasnet, holding que engloba 18 empresas de tecnologia da informação, mídia, internet e telecomunicações, decidiu ampliar seus investimentos na área de conteúdo on-line para o público feminino. A empresa, que já detém 93% do portal Bolsa de Mulher, adquiriu mais três sites especializados – o concorrente direto Feminice; o Bem Leve, de saúde e beleza; e o Estrela Guia, de astrologia. Os valores dos negócios não foram revelados.

"O próximo passo será fazer a integração entre todos esses produtos", diz Andiara Petterle, diretora do Bolsa de Mulher. Segundo ela, as marcas serão mantidas e os sites continuarão a funcionar de maneira independente, mas sob uma única estrutura. Com isso, a expectativa da Ideiasnet é obter ganhos de custo e novas possibilidades comerciais, como a venda cruzada de publicidade em sites diferentes.

Com a aquisição, o número de usuários mensais do Bolsa de Mulher quase dobra. A base salta de 3 milhões para 5,5 milhões de pessoas, afirma Marcelo Almeida, diretor da IdeiasVentures, unidade da Ideiasnet em que ficam concentradas as empresas com faturamento anual inferior a R$ 10 milhões. "O número de usuários é importante porque representa uma das formas de medir o valor de um negócio desse tipo", explica o executivo.

Em 2006, a rede de TV americana NBC desembolsou o equivalente a US$ 41 por usuário do portal feminino iVillage, que então era acessado mensalmente por 16 milhões de pessoas diferentes, para assumir o controle do negócio. O valor total pago foi de US$ 657 milhões. Outros portais femininos passaram a chamar a atenção de investidores ao reunir um grande número de adeptos. A auFemin, que tem portais espalhados pela França, Alemanha, Espanha, Itália e Reino Unido, tem 23 milhões de usuários mensais e negocia ações na Bolsa de Paris.

Além de reforçar a base de usuários, as aquisições acrescentam um modelo de negócio ao Bolsa de Mulher, cuja principal fonte de receita é a publicidade on-line. Trata-se do comércio eletrônico, explorado tanto no site Bem Leve como no Estrela Guia.

O Bolsa de Mulher já faz algumas experiências de venda via internet e o plano, agora, é reforçar fortemente essa área. "Até o fim do ano, vamos lançar uma operação de comércio eletrônico para vender lingerie", conta Almeida. Com a experiência dos sites recém-adquiridos, a expectativa é de que a aposta nas vendas virtuais ficará bem menos pesada. "Ganhamos alguns anos ou até meses de trabalho", afirma o executivo.

A internacionalização também está nos planos para o Bolsa de Mulher, diz George Ellis, fundador e vice-presidente do conselho da Ideiasnet. A idéia é começar a expansão pela Argentina, chegando depois ao Chile e ao México. Mas aquisições no exterior não estão descartadas, afirma Almeida.

A Ideiasnet tem passado por uma série de transformações nos últimos meses. Em fevereiro, contratou Carlos Aquinaga para o cargo de presidente do conselho, iniciando um processo de profissionalização que culminou, em junho, com a nomeação de Luis Alberto Monteiro Lobato Reátegui para o posto de executivo-chefe.

Em maio, a companhia anunciou a entrada de Eike Batista no negócio. A EBX, holding do empresário, adquiriu 47% do lote de 15 milhões de novas ações emitidas pela Ideiasnet. O restante foi comprado por acionistas mais antigos. Ao todo, a operação engordou o caixa em R$ 100,5 milhões.

As discussões para adquirir os três portais femininos, no entanto, começaram antes dessas mudanças, diz Almeida. "As negociações tiveram início no fim do ano passado", afirma o executivo. Os sites pertenciam à Limoges Participações. Mesmo com o reforço, a estrutura do Bolsa de Mulher continuará enxuta. O quadro passará a contar com 40 profissionais.

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