Paraná economiza R$ 127,3 milhões com adoção de software livre

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A estratégia de implementar e impulsionar o uso e o desenvolvimento de sistemas de código aberto nos órgãos da administração pública direta e indireta do Paraná, foi muito além das expectativas geradas na fase de elaboração do programa no início de 2003.

A avaliação é do presidente da Celepar (Companhia de Informática do Paraná), Marcos Mazoni, que anunciou uma economia para o estado da ordem de R$ 127,3 milhões com a política de software livre adotada pelo governo paranaense. Mais da metade desse valor, R$ 78,5 milhões, é creditada ao uso de software livre no Programa Paraná Digital, da Secretaria de Estado da Educação, que está sendo implantado em todas as escolas estaduais.

Os demais números da economia que o estado obteve até agora com os programas de código aberto, são: R$ 483,5 mil com o desenvolvimento de sistema de monitoramento de média e pequena plataforma; R$ 25 milhões com os sistemas Expresso (correio eletrônico, agenda, catálogo e gerenciador de fluxos de trabalho), segurança (firewall) e servidores de autenticação (proxy); R$ 15,6 milhões com as migrações das estações de trabalho para plataformas livres; R$ 6,2 milhões com o desenvolvimento da plataforma de desenvolvimento de sistemas própria; R$ 1,3 milhões nos telecentros Paranavegar e R$ 260 mil em aplicativos de monitoramento de redes.

Além das vantagens econômicas, Mazoni aponta que o fato do estado desenvolver suas próprias soluções tem garantido ao governo o domínio completo sobre a tecnologia empregada, cujo valor agregado é inestimável. "O objetivo é evitar que o governo, que administra os bens públicos, fique em condição frágil, como ocorre quando contrata serviços e produtos de informática junto a empresas que mantém todas as informações sob seu controle. Há também questões estratégicas relacionadas à segurança das informações", destaca.

Outra característica dos softwares de código aberto apontada por Mazoni é que os benefícios econômicos são muito maiores e mais importantes do que a simples economia com o licenciamento de software. "A robustez e a confiabilidade do software livre provocam reduções significativas de custos operacionais. A disponibilidade do código fonte permite que os sistemas sejam adaptados às condições e necessidades dos usuários", afirma. No caso do governo do Paraná, essas adaptações são efetuadas por profissionais da própria Celepar que têm, assim, oportunidades de desenvolvimento muito mais acentuadas e condições de estudo e aprendizado que são absolutamente inviáveis quando não se tem acesso aos códigos.

Um outro aspecto destacado por Mazoni, é que essa opção pode transformar o estado, no curto e médio prazo, num fomentador de negócios viáveis em torno do software livre. A vantagem, segundo ele, é que o mercado em torno do software livre é pulverizado entre médias e pequenas empresas, ou profissionais prestadores de serviço, ao contrário do que ocorre com o setor de software proprietário hoje estabelecido. "O lucro com esse modelo livre é apropriado por empresas locais, desenvolvendo a economia nacional. O impacto que tudo isso pode causar na distribuição de renda, na geração de empregos, ou no equilíbrio comercial é algo real e concreto", salientou.

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