Negociações sobre fusão das unidades de PCs da Toshiba, Fujitsu e Vaio correm risco de fracassar

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As negociações entre a Toshiba, Fujitsu e Vaio para a fusão de suas divisões de computadores pessoais correm o risco de fracassar. Um indicativo forte disso foi o abandono das conversações do fundo de private equity Japan Industrial Partners, que adquiriu o controle da Vaio da Sony, em 2014, segundo informaram pessoas familiarizadas com assunto ao The Wall Street Journal. Ainda de acordo com as fontes, a Fujitsu e a Toshiba ainda estão em discussões, mas as tratativas também podem malograr, já que elas não conseguem chegar a um acordo sobre quem deve assumir a controle da joint venture que seria criada.

A saída da Japan Industrial Partners não deixa de ser uma supresa, uma vez que o presidente-executivo da Vaio, Yoshimi Ota, havia manifestado grande interesse na fusão das divisões de PCs. As conversações tiveram início no ano passado após vir à tona o escândalo contábil da Toshiba, acusada de inflar os lucros em seus balanços por anos. A ideia de criar uma joint venture com os concorrentes surgiu como uma alternativa para resolver os graves problemas financeiros da empresa e também da Vaio e Fujitsu, devido à baixa margem de lucro indústria de computadores hoje no mundo.

As fontes ouvidas pelo jornal americano disseram que a Japan Industrial Partners queria ter o controlade da joint venture, mas que a Fujitsu e a Toshiba não concordaram com os termos propostos. Elas disseram que a Vaio deixou as conversações porque sentiu as negociações não estavam indo a lugar nenhum.

No mês passado, o CEO da Toshiba, Masashi Muromachi, sinalizou que as conversações estão tendo dificuldades, e que esperava concluir o assunto até junho. Um porta-voz da Toshiba disse nesta quinta-feira, 14, que a companhia está considerando várias opções para sua unidade de PC, incluindo uma consolidação com outros fabricantes de computadores, mas que nada ainda foi decidido.

Em março, a Toshiba anunciou a venda de sua unidade de negócios de equipamentos médicos para a Canon, em um negócio avaliado em 688 bilhões de ienes (o correspondente a US$ 6,3 bilhões). Segundo outra fonte, o valor maior do que o esperado obtido na venda da unidade tirou a pressão sobre a Toshiba para chegar a um acordo rapidamente sobre a fusão da divisão de PCs. Mesmo assim, a Toshiba disse que espera reportar um prejuízo líquido de 710 bilhões de ienes no ano fiscal de 2016, encerrado em março.

O fato é que todos os três fabricantes de PCs japoneses envolvidos nas negociações têm sofrido com a baixa escala no mercado global, onde a concorrência é intensa. De acordo com a Euromonitor, a participação da Toshiba no mercado mundial de PCs no ano passado foi de 4,1%, da Fujitsu de 1,2% e Vaio, 1,1%. E mesmo com a combinação desuas operações, a joint venture ainda teria um market share muito aquém do da Lenovo, que domina o mercado com 17,4%.

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