IBM desenvolve plataforma de blockchain para gestão de cadeias de suprimentos

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A IBM anunciou nesta quinta-feira, 14, o lançamento de uma plataforma para as empresas testarem a tecnologia de blockchain na execução de registros contábeis online de toda a cadeia de suprimentos. A plataforma, segundo a empresa, permite a acompanhar e monitorar todas a fases e processos envolvendo o fluxo de mercadorias de alto valor na cadeia.

O novo serviço é uma tentativa da companhia de expandir o uso de blockchain além da indústria de serviços financeiros, a qual tem como uma de suas aplicações mais populares a moeda virtual bitcoin, além do rastreamento de transações financeiras. O blockchain é a estrutura de dados que representa uma entrada de contabilidade financeira ou o registro digital de uma transação. Ele usa criptografia para permitir que qualquer acesso ocorra de forma segura, sem a necessidade de uma autoridade central. Uma vez que um bloco de dados é gravado na contabilidade do blockchain, é extremamente difícil de alterar ou remover.

As empresas e entidades que defendem a tecnologia dizem que essas características fazem do blockchain extremamente adequado ao registro e monitoramento de grandes quantidades de dados, tais como empréstimos de curto prazo ou a circulação de milhões de peças através da cadeia de fornecimento da indústria da aviação, por exemplo.

Não é à toa que várias empresas do setor financeiro como a bolsa de tecnologia Nasdaq, a Depository Trust & Clearing, o banco JP Morgan Chase e o Bank of America já estão testando o blockchain. Entretanto, o seu emprego para monitoração de cadeias de suprimentos ainda é bastante restrito. Um dos poucos exemplos é a Toyota Motor.

Segundo a IBM, o novo serviço permite que os clientes da cadeia de suprimentos construam e testem blockchains em uma nuvem segura, usando uma versão do sistema LinuxOne da empresa. O serviço é voltado para companhias que precisam controlar itens de alto valor por meio de cadeias de suprimentos complexas.

Um dos primeiros clientes da plataforma da IBM é a Everledger, que ajuda empresas a controlar a procedência de diamantes, permitindo que os compradores façam uma triagem das pedras para não adquirirem aqueles provenientes de regiões onde o trabalho forçado é comum ou em que o lucro das vendas é utilizado para financiar a violência.

A Everledger está construindo sistemas para controlar o movimento de diamantes nas minas e joalherias, utilizando várias ferramentas de blockchain, incluindo contabilidade de bitcoin. Ela está testando o IBM Blockchain para um lançamento mundial, possivelmente, até o fim do ano, disse o CEO Leanne Kemp ao The Wall Street Journal. Hoje, segundo Kemp, muitas transações de diamantes são controladas em papel, que podem ser alteradas ou forjadas. "É uma indústria de 150 anos de idade, que comercializa em confiança."

Por criar um registro permanente que não pode ser alterado, o blockchain é bem adequado para o rastreamento diamantes e outras mercadorias, em que os compradores querem saber a origem e os proprietários anteriores, disse Bill Fearnley Jr., diretor de pesquisa da IDC. "Bens valiosos de qualquer tipo podem ser mais bem rastreados em um blockchain", afirma ele.

A IBM está trabalhando para se estabelecer como uma força no negócio de blokchain, desenvolvimento de código e hospedagem laboratórios onde os clientes possam experimentar software blockchain. "E cadeia de suprimentos é a aplicação mais provável para a tecnologia depois de serviços financeiros", disse Jerry Cuomo, vice-presidente da IBM para blockchain.

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