Indústria de chips avalia que recuperação do setor deve se intensificar neste ano

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Executivos da indústria de semicondutores se mostram otimistas em relação ao desempenho do setor, segundo pesquisa realizada pela KPMG LLP, empresa de análise e auditoria coligada à KPMG International. Entre os 152 líderes de negócio das empresas do setor ouvidos em setembro do ano passado, 71% disseram acreditar que a lucratividade do mercado aumentará neste ano.

O levantamento mostra que 75% dos executivos avaliam que o crescimento das receitas de suas empresas será maior no atual exercício fiscal, comparado com previsão positiva que atingia 63% no ano anterior. Além disso, 66% dos gestores esperam um aumento na força de trabalho, ao passo que somente 48% tinham essa expectativa na pesquisa do último ano. Também  66% deles preveem um aumento no número de fusões e aquisições no setor neste ano, contra 62% de 2011.

Outro dado da pesquisa é que 67% dos executivos esperam um aumento nos gastos com pesquisa e desenvolvimento relacionados a semicondutores neste exercício, o que representa um aumento significativo ante os 65% do ano anterior.

As tecnologias NFC — que utiliza um sistema de comunicação por aproximação, permitindo a realização de operações sem contato físico — e RFID (identificação por radiofrequência) foram as mais citadas, por 32% e 28% dos executivos, respectivamente, como aquelas que podem oferecer as melhores plataformas para a realização de pagamentos móveis.

Para o líder global da prática de tecnologia, mídia e telecom da KPMG, Gary Matuszak, as conclusões da pesquisa reforçam a crença da consultoria de que a indústria passará por uma recuperação gradual neste ano, intensificado na segunda metade do ano. “Ao contrário de recuperações passadas, esta não será impulsionada somente por aparelhos e comunicação sem fio, já que outras aplicações estão se tornando geradoras de receita cada vez mais importantes, tais como o gerenciamento de energia, apoiadas na proliferação de dispositivos sem fio”, explica Matuszak, ao citar as aplicações industriais, médicas e automotivas e o gerenciamento de energia como importantes geradores de receita.

Neste ano, 53% dos executivos avaliam que a energia renovável, como tecnologias de bateria, será um gerador importante de receita. “Os semicondutores tornaram-se uma tecnologia capacitadora em muitas áreas, além das aplicações tradicionais sem fio e de computador, tais como comércio móvel e novas características de automóveis", destaca o líder global da prática de semicondutores da KPMG, Ron Steger. “Não nos surpreendemos com a maior ênfase no gerenciamento de energia, já que a proliferação de dispositivos sem fio está fazendo com que ele seja a característica de desempenho mais importante hoje”, completou. 

Mercados regionais

Regionalmente, as expectativas da indústria para 2013 também são boas. No Brasil, onde o setor ainda está em consolidação, as perspectivas também são positivas, especialmente a partir da participação de grandes players nesse mercado. “Vemos o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis), do Ministério da Ciência e Tecnologia, contribuindo para o início de parques industriais por aqui e percebemos grandes grupos, como IBM ou EBX, entrando nesse mercado”, afirma o sócio da KPMG no Brasil, Marcelo Gavioli. “Mesmo assim, o Brasil ainda tem muito a percorrer para competir especialmente com os concorrentes asiáticos”, opina.

Gavioli também alerta para os gastos com importação no país. “Os gastos com a importação de semicondutores no Brasil são significativos, estando próximos de 13% de tudo o que é investido nas aquisições externas de eletroeletrônicos ao ano. Reduzir esse custo pela produção nacional pode representar um importante salto para o fortalecimento da indústria eletrônica no país.”

Os Estados Unidos, à frente da China, foram posicionados pela KPMG como o maior gerador de receita para a indústria de semicondutores. Pelo terceiro ano consecutivo, um número menor de executivos da indústria acredita que a China será o mercado mais importante para o crescimento do setor nos próximos três anos, ao passo que a importância do mercado norte-americano cresce.

A aposta dos executivos também está nos mercados da Europa, Coréia do Sul e Taiwan, sendo que este último já vem há dois anos na segunda posição, ligeiramente à frente dos Estados Unidos. “O declínio da Coreia e de Taiwan pode ser explicado pela grande exposição à economia do Japão e da China, os quais estão em condições piores que em 2011”, afirma Matuszak.

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