Foxconn admite ter contratado menores de idade

0

A Foxconn, fabricante chinesa de eletrônicos em regime de terceirização, principal fornecedora da Apple, admitiu, após uma investigação interna, ter encontrado estudantes com menos de 16 anos de idade entre os participantes do programa de estágio em sua fábrica de Yantai, cidade localizada a nordeste da província de Shandong, na China. A confirmação foi feita nesta terça-feira, 16, em resposta às acusações da mídia chinesa e ao recente relatório da China Labor Watch, organização não-governamental que atua na área trabalhista, sediada em Nova York, de acordo com o jornal britâncio Financial Times.

"Nossa investigação mostrou que os estagiários em questão, que tinham entre 14 anos e 16 anos, trabalharam na fábrica por cerca de três semanas", diz o comunicado. "Esta não é apenas uma violação da lei trabalhista da China, mas também é uma infração à política Foxconn e medidas imediatas foram tomadas para direcionar os estagiários as suas instituições de ensino." A companhia ainda se comprometeu a realizar uma investigação completa e demitir qualquer funcionário que for apontado como responsável pela contração de menores.

A Foxconn realiza programas de estágio em que os alunos trabalham nas linhas de produção por até seis meses. Embora argumente que esses programas permitem que os estudantes acumulem experiência e ajudem a empresa a identificar talentos, sindicalistas têm repetidamente acusado a companhia de explorar os menores e usar o programa para compensar sua escassez de mão de obra. Ainda de acordo com o Financial Times, a Foxconn declarou que 2,7% de sua força de trabalho é composta por estagiários.

A confissão provavelmente vai despertar mais críticas sobre o tratamento que a empresa oferece aos seus funcionários. A Foxconn tem lutado para manter suas operações compatíveis com as leis trabalhistas chinesas, mas é acusada de manter condições extenuantes de trabalho, evidenciada após uma onda de suicídios de funcionários e acidentes responsáveis por dezenas de feridos. A Fair Labor Association (FLA), que desde agosto é responsável por fiscalizar as condições de trabalho nas unidades da Foxconn a pedido da Apple, divulgou relatório no qual reconhece o cumprimento de 284 das 360 recomendações feitas à fabricante chinesa.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.