Qualcomm fecha acordo com província da China para produzir chips para servidores naquele país

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A Qualcomm firmou acordo com a província chinesa de Guizhou para estabelecer uma joint venture que produzirá chips para servidores. Conforme os termos do acordo, anunciado no domingo, 17, em uma cerimônia em Pequim, o braço de investimentos da província chinesa deterá 55% do empreendimento e a Qualcomm, os 45% restantes. Tanto a fabricante americana quanto o fundo chinês farão aportes financeiros proporcionais às participações acionárias para o investimento inicial da empresa de cerca de US$ 280 milhões.

O acordo é mais um passo na estratégia da Qualcomm para expandir a atuação para além do mercado de chips para smartphones. A joint venture também é parte dos esforços dos políticos chineses para transformar Guizhou, uma província de 35 milhões de habitantes localizada no Centro-Sul do país, em um polo de alta tecnologia para computação em nuvem.

Na semana passada, Handel Jones, analista da International Business Strategies, que acompanha o mercado de tecnologia chinesa, disse ao The Wall Street Journal que o mercado chinês de data centers e servidores não demonstram nenhum sinal de desaceleração. Além disso, a dependência da China de chips feitos nos EUA é particularmente dramática no segmento de servidores.

Um grande número de empresas tentou entrar no mercado de servidores chinês, através do desenvolvimento de chips que utilizam tecnologia licenciada da britânica ARM Holdings, que domina o mercado de smartphones, mas com pouco sucesso até agora. A Qualcomm, uma das maiores defensoras de servidores com chip da ARM, primeiro anunciou planos para entrar naquela mercado em novembro de 2014, mas até hoje não produziu um produto.

A Qualcomm tem outras razões para montar a joint venture na China, o maior mercado de smartphones do mundo. A empresa tem sido frequentemente alvo de investigações antitruste por suas práticas de licenciamento de patentes de telefonia móvel, que respondem por mais da metade dos seus lucros. Autoridades antitruste chinesas investigaram a empresa por 14 meses antes de chegar a um acordo em fevereiro do ano passado, pelo qual a Qualcomm concordou em pagar US$ 975 milhões ao governo e modificar algumas das políticas relacionadas a patentes.

Com o novo acordo, a Qualcomm vai licenciar a tecnologia de chip para servidores e fornecer processos de pesquisa e desenvolvimento para a joint venture. Embora grande parte da tecnologia inicial virá da Qualcomm, a nova empresa poderá, eventualmente, desenvolver chips para servidores exclusivos para o mercado chinês.

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