Interceptação de equipamentos pode quebrar cadeia global de suprimentos, diz CEO da Cisco

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O chairman e CEO da Cisco falou publicamente pela primeira vez nesta terça, 20, sobre a suposta interceptação de equipamentos da fornecedora pela NSA para instalação de softwares de espionagem antes que estes fossem entregues aos clientes. Em encontro com jornalistas durante o CiscoLive 2014, que acontece essa semana em São Francisco, na Califórnia, Chambers admitiu surpresa ao tomar conhecimento de fotos mostrando técnicos da NSA mexendo em equipamentos da Cisco, que depois seriam reembalados com selo de fabrica para serem entregues aos clientes. "Foi muito difícil para mim, porque eu achava que o país (os EUA) já estava sendo bem protegido (sem a necessidade de instalação de softwares em equipamentos dos fabricantes). Mas o importante não é o que passou, mas sim o que podemos mudar para seguir em frente", disse.

Chambers considera que, se confirmadas as alegações, a interceptação de equipamentos por parte da NSA pode quebrar a cadeia global de suprimentos. "Na cadeia global de supply é importante ter consistência de confiança, se não as coisas começam a se desintegrar. Se tirarmos os intermediários na entrega de produtos que vendemos em todo o mundo, tornamos a cadeia ineficiente. Levamos o assunto diretamente ao topo porque é urgente e por isso esperamos que o presidente (Obama) tome a liderança para a criação de um novo código de conduta (para as atividades da NSA) para podermos seguir avançando e temos muita confiança de que ele irá fazer algo a respeito para que as coisas não se quebrem", enfatiza, referindo-se à manifestação da Cisco à Casa Branca alertando para esta preocupação.

Mesmo que as alegações de interceptação se mostrem infundadas, segundo Chambers, a Cisco deve intensificar medidas de segurança para garantir a integridade de suas soluções. "Vamos tomar medidas. Claro que rastrear um hardware e verificar sua integridade é mais fácil do que um software, e também não queremos quebrar a cadeia global de suprimentos que nos fazem tão fortes", pondera.

Na segunda-feira, também durante o CiscoLive 2014, o chairman emeritus da Cisco, John Morgridge também comentou o episódio: "Historicamente, a Cisco sempre se posicionou para não permitir a intrusão ou o uso não-autorizado dos nossos equipamentos, mas é algo difícil de manter em um mundo globalizado. É dinâmico e é preciso ser constantemente vigilante".

*A jornalista viajou a São Franciso a convite da Cisco.

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