Furukawa investe em produção de cabos para uso em data centers

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A Furukawa está se preparando para um ano de crescimento. A companhia japonesa inaugurou em março, em Curitiba, uma fábrica para produção de cabos óticos para-raios OPGW, mas já está atingindo a capacidade máxima de fabricação de 3,5 mil quilômetros/ano.

Segundo o presidente da empresa no Brasil, Foad Shaikhzadeh, haverá um aumento de 42% na produção para atender à demanda. "Faremos expansão da capacidade para perto de 5 mil quilômetros/ano porque o Brasil tem demanda muito grande pela extensão territorial e porque algumas linhas precisam de substituição", disse ele a jornalistas nesta terça-feira, 26, durante o evento Furukawa Innovation Expo 2013, em São Paulo.

Além das telecomunicações, a Furukawa tem também forte presença no fornecimento de infraestrutura para TI, especialmente em data centers. A empresa está finalizando o projeto de um site do Banco do Brasil em Brasília, que deverá ficar pronto em dezembro e será o primeiro totalmente ótico do país. "Eles [o Banco do Brasil] vão licitar novas redes. A vantagem é que a nossa é mais compacta", diz Shaikhzadeh, mencionando a tecnologia de cabos multinúcleos que a empresa comercializa. Além disso, a companhia produz conexões e baterias (que podem inclusive ser utilizadas para estações radiobase, mas ainda não foram adotadas no Brasil) para a infraestrutura.

Shaikhzadeh afirma que a empresa "domina a cadeia produtiva inteira". Além disso, estima que, como possuem o Processo Produtivo Básico (PPB) para desoneração e incentivo fiscal, os clientes "têm preferido usar esses cabos".

A Furukawa também tem procurado investir em cabos óticos convencionais para redes de acesso, mercado que vem crescendo tanto com fibra quanto com redes HFC. "É o desafio principal, levando cabos para dentro da casa (fiber-to-the-home, ou FTTH). Não só em cabos, mas também em caixas de emenda e acessórios diferentes", afirma ele. Entre as soluções da empresa, estão fibras dobráveis, que podem ser instaladas em ângulos de 90 graus, como rodapés em paredes.

O presidente da fornecedora espera que, com a liberação de linhas de crédito do BNDES para aquisição da fibra, haja um aumento considerável na demanda. Shaikhzadeh diz que o mercado está passando por um período mais morno por conta da diminuição no orçamento no fim do ano. Ele reclama também que as empresas, especialmente as multinacionais, não entenderam as exigências por tecnologia nacional para entrarem com projetos para o Regime Especial de Tributação para a Banda Larga (REPNBL). "Não saíram muitos projetos, só três foram aprovados. E de todos, 70% são de uma única empresa", diz. "Poucas operadoras entenderam o que tinham de fazer lá no REPNBL e as internacionais achavam que poderiam ter os mesmos fornecedores globais, mas o regime não é tão flexível", declara.

Aplicações médicas

Para o setor médico, o grupo Furukawa apresentou no eventos soluções em tecnologias de materiais, tais como ligas de metal,  tubos de poliamida, fibras especiais,  válvulas e stents cardíacos, entre outros produtos que vêm sendo amplamente utilizados em procedimentos cirúrgicos específicos, a exemplo de cirurgias cardíacas e de videolaparoscopia, entre outras, tornando os procedimentos mais simples, precisos e menos invasivos.

A Furukawa investiu R$ 35 milhões em 2013 para a produção de fibra, cabos e expansão do OPGW no Brasil. Para 2014, a estimativa é de que haja um investimento de R$ 20 milhões.

Já o faturamento líquido estimado para 2013 na América Latina é de R$ 600 milhões, com a previsão de que chegue a R$ 1 bilhão até 2019. Ressalta-se que o Brasil representa 85% desse faturamento, segundo o executivo. Além disso, a capacidade deverá ser ampliada na região com a inauguração da fábrica da Colômbia, prometida para o dia 27 de fevereiro.

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