Facebook, Banco Mundial e OCDE se unem e criam projeto para analisar economia global

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O Facebook, o Banco Mundial e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) firmaram acordo de parceria para desenvolver uma nova forma de coleta de dados para traçar um panorama sobre a economia global. O projeto representa o primeiro passo para o que a rede social e as organizações internacionais esperam que seja uma maneira mais ampla, menos cara e de mais rápida de obtenção de informações para análise da situação econômica mundial.

Nesse sentido, o Facebook, o Banco Mundial e a OCDE lançaram nesta quarta-feira, 28, uma nova métrica para avaliar o sentimento das empresas em relação aos negócios, tendo como base um questionário feito àquelas que usam as páginas do Facebook para se relacionarem com os clientes. Intitulado Future of Business Survey (Análise sobre o Futuro das Empresas, em tradução livre), o relatório está em período de testes desde fevereiro e recebeu respostas a 15 consultas feitas para um total de 90 mil pequenas e médias empresas, em 22 países.

A primeira versão do relatório mostra que as empresas estão mais otimistas sobre suas perspectivas do que outras companhias entrevistadas pelo método tradicional de pesquisa. O levantamento procurou descobrir os fatores que afetam o crescimento de pequenas empresas — processo que até agora tem consumido muito tempo e dinheiro, uma vez que envolve entrevistas face a face feitas por profissionais de pesquisas que são realizadas ao longo de muitos meses.

"O que é atraente neste estudo em particular é que ele é potencialmente uma ferramenta mais poderosa para obter informações rapidamente, por uma fração do custo [de uma pesquisa tradicional]", disse Augusto Lopez Claros, diretor do Grupo de Indicadores Globais do Banco Mundial.

Segundo ele, mesmo em países desenvolvidos, com gabinetes de estatística bem estruturados e equipados, obter informação rapidamente sobre as pequenas empresas é muito difícil. "Nos países em desenvolvimento, em que a escassez pode ser ainda mais aguda, a capacidade de se conectar-se com os proprietários do negócio via Facebook ou outras plataformas de mídia social pode tornar possível a obtenção dessas informações e se obter um panorama mais completo do que está acontecendo nessas economias."

Essa nova abordagem para coleta de dados, diz ele, pode até mesmo permitir que alguns países em desenvolvimento menores transponham o processo de expansão das suas agências de estatísticas. Essa é uma oportunidade que Lopez Claros compara com o advento da telefonia móvel, que permitiu que muitos países africanos preterissem a construção de infraestruturas caras de telefonia fixa e melhorassem as comunicações por uma fração do custo.

Nem o Banco Mundial nem a OCDE, no entanto, veem o projeto com Facebook como substituto de coleta de dados feita de forma tradicional. Um obstáculo imediato é que o Facebook não opera na China. "É por isso que não podemos confiar apenas nesse projeto", disse Martine Durand, chefe da área de estatística da OCDE, ao The Wall Street Journal. "Precisamos continuar a olhar para as fontes regulares. A China é uma grande limitação, se você quiser entender o que está acontecendo na economia global."

Uma dessas fontes regulares é o relatório anual da OCDE sobre a atividade empreendedora, também lançado nesta quarta-feira. O estudo constatou que o ritmo de criação de novas empresas permanece abaixo dos níveis anteriores à crise de 2008, mas começou a melhor em muitos dos 35 membros da divisão de pesquisa da OCDE, sediada em Paris.

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