IA deve ampliar capacidade humana e empoderar as pessoas, diz cientista da Microsoft

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As implicações socioeconômicas e éticas da inteligência artificial (IA) foi o tema do debate Lide Next promovido pelo nesta quarta-feira, 3, em São Paulo, pelo Grupo Doria, mostrando que ao mesmo tempo que a tecnologia que vai ampliar a capacidade humana, empoderar pessoas e empresas pode causar desemprego em massa e ser utilizada em sem as devidas salvaguardas morais.

foto: Gustavo Rampini

Segundo Rico Malvar, cientista chefe dos Laboratórios de Pesquisas da Microsoft, brasileiro com 120 patentes registradas nos EUA e 160 publicações científicas, não será possível viver sem IA num futuro próximo, mas que tem de ser desenvolvida de forma a abranger toda a sociedade, sem excluir qualquer segmento.

Disse que o desenvolvimento de IA já deve nascer com a preocupação ética por parte de profissionais e empresas, como a fez a própria Microsoft que incluiu no Windows 10 o recurso de Controle pelo Olhar (Eye Control), que permite a portadores de mal de Lou Gehrig operar o mouse com o olhar. Para essas pessoas, que perdem aos poucos o controle de todos os músculos – menos dos olhos – a operação do mouse com o rastreamento dos olhos é a única opção para digitar e utilizar um computador.

Outro exemplo citado pelo cientista é o Skype Translator, com o qual uma pessoa surda pode participar de uma videoconferência, onde o som captado por um assistente digital aparece escrito num monitor de vídeo. "Como geralmente as pessoas com deficiência auditiva apresentam modulações na fala, o dispositivo faz a correção automática da voz, para os demais possam entender sem erros".

Na área de saúde, a Microsoft está usando inteligência artificial para identificar alterações em exames de radiologia, trazendo mais assertividade para o diagnóstico e reduzindo o tempo de avaliação do médico de 40 para 15 minutos. "Estamos usando IA para entender a forma de desenvolvimento do tumor e modelar como se dá a evolução do processo de câncer", explicou.

No setor de agronegócios, e empresa está desenvolvendo uma solução com drones e sensores de IoT que identifica a qualidade de solo de uma fazenda, para torná-la mais produtiva com baixo custo.

Malvar disse que está trabalhando hoje uma solução para melhorar a vida de pessoas que têm deficiências mentais leves, para que elas possam superar suas dificuldades e constrangimentos.

Sobre o impacto de IA no mercado de trabalho, disse que é essencial é educar os jovens nas novas tecnologias, a mesmo tempo que as empresas devem retreinar seus profissionais em novas atividades que tragam melhor qualidade aos serviços oferecidos.

Foto: Gustavo Rampini

Paula Bellizia, presidente da Microsoft Brasil, que abordou a questão ética do uso de IA, disse que ela deve proteger as pessoas em situação de imprevistos e acidentes, trazendo equidade com transparência, inclusão e responsabilidade.

Disse ainda que a empresa faz parte da associação Partnership on AI, entidade que reúne diferentes empresas e profissionais que realiza pesquisas, organizar discussões, compartilhar ideias de lideranças de pensamento, e cria material educacional para entendimento das tecnologias da IA, machine learning e raciocínio automatizado. "É importante a criação de boas práticas e colaboração de todos, pois o futuro da sociedade é open", enfatizou a executiva.

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