A Comissão Europeia quer que o Google faça ajustes em sua proposta de acordo para encerrar uma investigação por suposto abuso de posição dominante no mercado de buscas na internet e publicidade online, que já dura quatro anos.
O pedido formal para que a empresa faça mais concessões foi feito após "apresentção de novos argumentos e dados, alguns dos quais devem ser levados em consideração", disse Antoine Colombani, porta-voz do gabinete do chefe da Comissão Europeia, Joaquín Almunia, ao New York Times. "Estamos em contato com o Google para ver se eles estão prontos para oferecer soluções", disse ele.
Na semana passada, empresas de internet concorrentes do Google na Europa aumentaram a pressão sobre Almunia para que exigisse mais concessões, dizendo que o acordo proposto em fevereiro foi catastrófico para eles, uma vez que estabelecia a participação de mercado do Google em mais de 80% em os países do bloco econômico.
O Google havia se comprometido a realizar pequenas alterações em sua ferramenta de buscas, a fim de acabar com as reclamações dos concorrentes sobre seus métodos de negócio. Ela é acusada de favorecer propositalmente seus serviços — como YouTube para vídeos e Blogger para blogs, entre outros — nos resultados de buscas.
Almunia, que vai deixar o cargo em novembro, após um mandato de cinco anos, já havia dado indícios de que iria fazer o comunicado nesta segunda-feira, 8, em uma entrevista concedida nesta fim de semana à TV Bloomberg na qual disse que algumas das queixas dos concorrentes do Google eram "muito, muito negativas".
Com a nova exigência, o caso, que teve início no final de 2010, pode ser deixado para o sucessor de Almunia resolver — que ainda não foi nomeado —, o qual pode ser menos propenso a negociar pacientemente com o Google. A empresa está entre as gigantes de tecnologia americanas, como Facebook e Apple, que vêm sendo pressionadas pelos europeus que cada vez mais as veem como excessivamente poderosas e muito arrogantes quando o assunto envolve privacidade.