Em 2014, 75% das empresas integrantes da Lista da Fortune 1000 ofereciam APIs (Application Programming Interface) para acesso a parceiros de negócios ou públicas. A informação é de Edson Rigonatti, diretor da Astella Investimentos, na abertura do evento API Experience – Apix 2015, promovido pela Sensedia nesta quarta-feira, 11, para discutir a apresentar estratégias, tecnologia e oportunidade de negócios, e ao mesmo tempo, incentivar a criação de um ecossistema de desenvolvedores de aplicativos.
O executivo fez uma apanhando da evolução dos ciclos econômicos, enfatizando que hoje estamos vivendo a era do compartilhamento, do fluxo de informações, onde as APIs cumprem o papel de serem conectores entre os elementos da cadeia. Explicou que as empresas precisam entender que a tecnologia já faz parte do produto. Uma raquete de tênis hoje tem um microchip que se conecta a um device ou plataforma para proporcionar a melhor experiência ao cliente. A tecnologia não é mais algo auxiliar ao desenvolvimento do produto, mas é intrínseca ao mesmo.
As APIs são a nova forma de modelo de negócios, trazendo benefícios para os usuários, para o desenvolvedor que pode disponibilizar um widget que rentabilize o trabalho, ou servir como um canal de distribuição. Um exemplo de sucesso são as APIs disponibilizadas pela SalesForce para que os parceiros criem seus aplicativos. ''A Expedia, site de reservas de hotéis, faturou mais de US$ 3 milhões no ano passado através de seus parceiros que consumiram suas APIs'', exemplifica.
E justamente para incentivar esse ecossistema a Sensedia lançou a 99 APIs, um hub público, com informações abertas, gratuito, sem fins lucrativos, onde as empresas podem encontrar informações sobre APIs que possam ''turbinar'' suas Apps, e ao mesmo tempo, também divulgar sua APIs para o mercado.
A plataforma aberta foi desenvolvida com a tecnologia Smart Canvas, que tem embutida um machine learnig que vai analisando o comportamento do usuário e já faz indicações ao mesmo tempo em que realiza uma busca. O projeto disponibilizado a partir desta quarta-feira já tem 200 APIs cadastradas, incluindo as APIs brasileiras mais relevantes e as famosas internacionais. A Sensedia faz uma curadoria das APIs que para garantir se ela é legal, tem os requisitos de segurança.
Marcílio Oliveira, CTO da Sensedia, diz que a 99 APIs é um catálogo aberto, como seu fosse uma ''Página Amarela", que pode ser consultada por todos ou para que queira incluir sua própria APIs no acervo, bastando para isso fazer um cadastro simples.
Ele vários mercados promissores de uso das APIs, como para empresas que queiram ampliar seus canais de vendas, como por exemplo, empresas de e-commerce; meios de pagamentos, onde diversas startups estão fazendo parcerias com companhias financeiras; seguro, onde estão surgindo novos modelos de negócios disruptivos; e empresas que queriam oferecer produtos e serviços no modelo de SaaS.
Acrescenta também a área publica e social, como por exemplo, o site da Transparência Pública, atendido pela Sensedia. ''A Prefeitura de Campinas, através da IMA, vai fazer uma hacktown ainda esse ano, para criar serviços públicos desenvolvidos com APIs", finaliza.
