ONGs e entidades criticam riscos à Internet no Brasil

0

Um conjunto de 41 entidades e organizações não governamentais internacionais assinaram, durante o Internet Governance Forum – IGF 2016 , organizado em Guadalajara, no México, um manifesto pela "Direitos e Governança da Internet no Brasil". O manifesto relata "preocupação com as mudanças de políticas relacionadas ao acesso, governança e uso da Internet que têm ocorrido no Brasil este ano". A primeira crítica é à pequena participação do governo brasileiro no IGF deste ano. O documento, que não traz a assinatura de nenhuma entidade brasileira, aponta, em seguida, riscos ao Comitê Gestor da Internet (CGI) e ao Marco Civil da Internet. O documento diz ainda que o governo brasileiro teria anunciado que não "desenvolverá políticas de acesso à Internet de banda larga e que 'o mercado deve promover a expansão por conta própria'".

Diz ainda que a "o governo, em conjunto com a Agência Nacional de Telecomunicações, tem sido permissivo em relação a práticas comerciais discriminatórias, como permitir novos planos com limites de dados, bem como acordos anticoncorrenciais entre grandes provedores de acesso e grandes plataformas de serviços online".

Entre os riscos ao  CGI, o texto aponta que "os representantes do governo declararam abertamente que pretendem rever a representatividade e participação da sociedade civil na comissão". Em relação ao Marco Civil, a crítica é ao fato de terem sido apresentadas, "desde 2015, (…) mais de duzentas propostas de alterações ao MCI. Muitas delas enfraquecem princípios e direitos fundamentais como a neutralidade da rede", segundo o manifesto. Por trás destas alterações estariam "lobistas de forças políticas conservadoras e autoritárias assim como indústrias cujos interesses privados conflitam com o interesse público".

O manifesto diz ainda que "decisões judiciais que determinam a remoção de aplicativos como o WhatsApp, quando a empresa é incapaz de fornecer dados e conteúdo sobre as pessoas investigadas pela polícia ou autoridades de investigação devido ao uso de criptografia", também levantam a preocupação das entidades. Por fim, o manifesto declara o desejo de "conscientizar o mundo sobre estes retrocessos e declarar nosso apoio à Coalizão Direitos na Rede", que fez a divulgação do manifesto e que tem externado sua preocupação com estes e outros temas.

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.